Em
meio à floresta amazônica, havia um burburinho enorme entre os animais, pois
eles haviam ouvido que um novo mundo iria exigir muito de cada um deles, muito
mais do que cada um era capaz de fazer, mesmo sendo muitos bons naquilo para o
qual foram criados por Deus.
A
todo momento, falava-se de uma tal de “Globalização” e eles estavam muito
preocupados, pois ouviram os homens dizerem que se cada um não se adaptasse
para atender às novas exigências de capacitação individual, seriam excluídos,
simplesmente deixados de lado, sem chances de progredir na vida e serem
felizes.
A
preocupação entre todos era tanta, que de boca em boca, logo, logo, o mundo dos
animais estava em pânico e resolveram se unir e criar uma nova escola para que
todos pudessem frequentar, estudar bastante e se formarem obtendo um diploma
que certificasse a capacitação de cada um, evitando assim os sofrimentos que
iriam ocorrer com o novo mundo que estava para chegar.
Para
ficar fácil a administração do currículo, todos os animais deveriam estudar todas
as matérias, sem exceção, não deixando ninguém fora das aulas práticas
e teóricas em sala de aula.
Claro,
a sala de aula dos animais era toda a floresta e assim não havia dificuldade em
se ministrar qualquer uma das matérias adotadas no currículo.
Logo
nas primeiras aulas, claro, o pato se destacou em natação, alias, ele era muito
melhor nisso que seu próprio professor, porém manteve ao longo das aulas uma
media razoável em voo por causa de seu peso acima da média e era muito fraco em corrida.
Uma
vez que ele era muito lento em corrida, sempre ficava após as aulas para
praticar e teve que deixar a natação de lado, para tentar aprender a correr bem. O professor lhe disse que enquanto ele não ficasse realmente bor em corrida,
não voltaria a praticar a natação que era a coisa que ele mais gostava na vida.
Assim
foi feito, o pobre pato tentou, tentou e tentou, até que seus pés ficaram tão
machucados, que nem que ele tentasse, não conseguiria sequer correr para dar
impulso e voar, assim, o coitado não mais nadava, não mais corria, nem voava,
estava acabado de tanto treinar a fazer aquilo para o qual não foi criaod por Deus.
O
coelho, é lógico, era o primeiro da classe em corrida, mas logo teve um colapso
nervoso de tanto tentar aprender a nadar bem o suficiente para ser aprovado nos
exames finais, pois nem mesmo conseguia média em notas para passar de ano
naquela matéria e isto acabou com o pobre bichinho psicologicamente. Ele ficou
tão deprimido, que nem mais se levantava do lugar, nem andava, nem corria, nem
tentava nadar.
O
macaco era um espanto em escalada, tirava dez em todas as aulas, até que o
pobre animal desenvolveu uma frustração profunda, pois só tirava zero em voo,
desde que seu professor o obrigava a começar do chão ao invés do topo das
arvores.
A
situação ficou tão séria para o macaco, que foi preciso leva-lo ao consultório
da Dra. Jiboia, a maior psicóloga da floresta, pessoa com uma grande capacidade
hipnótica, que notando que o pobre não tinha nem mais forças para se defender,
deu-lhe um abraço fatal, quebrou todos os seus ossos e o engoliu. Foi o fim do
macaco.
No
final de sua vida, ele não mais ia às aulas, não subia nas arvores, não mais
voava de galho em galho, no que ele era craque, não mais queria andar, afinal,
foi proibido de subir nas árvores, coisa que tanto amava fazer e, pelo que se
sabe, não é que ele não tinha mais forças para se defender quando a cobra o
comeu, o que ele queria mesmo era morrer, pois a vida não tinha mais sentido,
ele se considerava um incapacitado para enfrentar as exigências da tal
“Globalização”, do mundo novo e exigente que estava para surgir em sua vida e
que iria tentar mudá-lo de qualquer forma, sem mesmo perguntar se ele era capaz
de fazer coisas para o qual ele não foi criado.
O
gavião então, este era um aluno problema, ele foi castigado várias vezes
severamente, pois nas aulas de escalada ele superava a todos os outros alunos
chegando ao topo das arvores em segundos, mas claro, usando seus próprios meios
de chegara até lá, ou seja, voando como um relâmpago, ninguém se atrevia a
tentar impedi-lo e logo foi expulso da escola.
Assim, as matérias foram sendo aplicadas dia a dia, todos os alunos sofreram o peso e
a responsabilidade de tentar aprender a fazer coisas para o qual não foram
criados e, um a um foram sendo reprovados e os que sobreviveram, ficaram
psicologicamente traumatizados, sofrendo as consequências disto.
No
final do ano letivo, um lagarto estranho e anormal, que podia nadar, correr e
escalar muito bem, além de voar um pouco, foi o único aprovado e recebeu o
diploma, sendo considerado apto a enfrentar as mudanças que estavam por vir.
Além
dele, não havia sobrado mais ninguém que pudesse ser considerado ao menos
normal, nos padrões de suas respectivas raças, haviam sido praticamente
destruídos por um sistema louco e insano, criado pela sociedade dos homens e
isto, sem mesmo que a tal “Globalização” tivesse chegado efetivamente ao mundo
dos animais.
Graças
a Deus, os Tatus se recusaram a entrar na escola porque a administração havia
se recusado a incluir no currículo a matéria cavar. Eles acharam isto uma
discriminação muito grande, se recusando a passar por tamanha humilhação, pois não
queriam que seus filhos presenciassem tanta maldade.
Assim,
eles continuaram suas vidas agindo normalmente, realizando tudo aquilo para o
qual Deus os criou com perfeição e, geração após geração, eles ensinaram aos
seus filhos tudo que sabiam sobre a matéria cavar na qual eles sempre foram
mestres. Conforme eles iam crescendo via-se claramente que eram alegres e
felizes, cada vez mais experts na matéria cavar.
Tempos
depois, os Tatus resolveram se juntar às Tartarugas, que eram mestras na arte
de se esconder em seus próprios cascos, o que eles também sabiam fazer muito
bem e então fundaram uma nova escola, que se tornou um sucesso, pois nela,
ninguém era obrigado a aprender a fazer nada para o qual Deus não os tivesse
criado.
Aos
poucos, a vida voltou ao normal na floresta Amazônica, pois a noticia correu
entre os animais sobreviventes e em cada canto surgia uma nova escola, não
destinada ensinar matérias diferentes aos animais, mas para aperfeiçoar e
desenvolver o que cada raça especifica sabia fazer e nunca mais ouviu se falar
na tal “Globalização”. Coisa de bicho homem, mas que quase extinguiu a vida
animal da floresta e, o teria feito, se não fossem uns poucos que tiveram
coragem de se recusar a se submeter às regras absurdas do tal mundo novo, que
queria impor mudanças a eles, sem ao menos querer saber se eles haviam sido
criados para isto.
Somos
o que somos, não aquilo que querem que sejamos e em nosso próprio beneficio,
não podemos admitir que por questões de convenções sociais, por regras criadas
pela dita sociedade, tenhamos que fazer aquilo para o qual Deus não nos criou,
pois se ele nos fez como somos, certamente tinha muito bons motivos para isto, afinal, somos parte do projeto da criação.
Não
somos ninguém para questionar, discriminar, recriminar, discutir ou tentar
fazer dos outros aquilo que a dita “sociedade” dos homens diz que eles tem que
ser.
Cada
um de nós é um universo diferente, uns se parecem, outros não, mas o fato é que
no dicionário de Deus, não existem as palavras, orgulho, preconceito ou
discriminação, pois em seu coração, mesmo que sejamos todos diferentes uns dos
outros, somos iguais, seus filhos e nada mais!
José Araújo
6 comentários:
José:
Lindo texto!
Linda foto!
Adorei...
Para mim a beleza está
nas diferenças.
E você colocou isso muito bem.
Penso que deve existir
troca, partilha e uma grande cumplicidade nos relacionamentos.
Parabéns pelo blog!
Um abraço.
José Araújo,
Tua criatividade continua impressionante!
Belíssima alegoria, em todos os sentidos!
Abraços, flores, estrelas..
José, acho que escolhi o amigo certo rs.....estou adorando o seu blog..parabéns.......
gde beijo pra você...
lindo se todo mundo fosse igual a vc teriamos um mundo melhor que nao havia preconceitos por isso que eu falo vc e um homem enviado por deus pra vir a terra e ajudar a humanidade vc e um homem de carater inacreditavel por isso que te admiro e adoro muito beijos de sempre seu amigo william
QUERIDO AMIGO JOSÉ ARAÚJO EU SOU WANDER QUE NO ORKUT CHAMO-ME O EXECUTOR, COMO SEMPRE ESTOU AGRACIADO COM SEUS TEXTOS, CONTÉUDO DE ÓTIMO QUALIDADE E DE UMA SENSIBILIDADE TÃO INCRÍVEL, QUE SO UMA PESSOALMENTE, DE GRANDE ESPIRITUALIDADE PODER TER E TRANSMITIR, POIS UMA COISA É ESCREVER NAS FRIEZA DAS LINHAS OUTRA COISA, É ESCREVER COM A ALMA, JOSÉ VC ME CONTAGIOU COM ESTE BLOG QUE FIZ QUESTÃO DE ADICIONAR EM MEUS FAVORITOS, PARABÉNS A VC POR TER UM CORAÇÃO TÃODE GRANDE ENGENHOSIDADE E BELEZA, PARABÉNS MESMO!
UM GRANDE ABRAÇO!
WANDER O ETERNO APRENDIZ
ADOREI JOSÉ DESDE QUE CONVIDEI VC PARA SER MEU AMIGO, VC SEMPRE ESTÁ ME SURPREENDENDO COM ESTE TALENTO E ESPIRITUALIDADE QUE BEM LHE PARECE, O MUNDO ESTÁ REPLETO DE PESSOAS INSENSÍVEIS E PRECISA DE PESSOAS USADAS COMO VASO NAS MÃOS DE DEUS, PARA QUE ELE TENHA BRILHO E QUE POSSA TEMPERÁ-LO COM O SAL DA VIDA!
É CREIO QUE DEUS DE COLOCOU NESTE MUNDO COM UM PROPÓSITO ESPECIAL, POIS JOSÉ A PALAVRA É UMA SEMENTE E O CORAÇÃO É UM CAMPO FÉRTIL, E DA MANEIRA COMO ELA FOR SEMEADA E QUE ESTE CAMPO ESTEJA ARADO E PREPARADO ESTE SEMENTE PODE SE TRANSFORMAR EM VIDA, PARABÉNS MEU QUERIDO JOSÉ, PÉROLA PRECIOSA, JÓIA RARA QUE DEUS ENVIOU PARA BRILHAR NESTE MUNDO E ILUMINAR AS TREVAS DA IGNORÂNCIA! UM GRANDE E PODEROSO ABRAÇO!
WANDER
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