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sábado, 5 de abril de 2008

A PERSONAGEM...





Cai a tarde na capital paulista, o sol se esconde ao longe por detrás no Pico do Jaraguá, em meio a uma cortina de fumaça que tenta, mas não consegue esmaecer o encanto, de um lindo entardecer.
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Na cobertura de um dos arranha céus na região da Avenida Paulista, a mais paulista de todas as avenidas, bem próximo à estação Metro Consolação, J.B.Salles, pseudônimo de João Batista Salles, o Joãozinho para os amigos, escreve mais um capitulo de sua mais recente novela e em meio àquele ambiente típico de cidade grande, sua imaginação cria asas e fechando os olhos, ele pode até visualizar Maria Clara, a protagonista de sua estória.
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Sua personagem é uma advogada bem sucedida profissionalmente e aos trinta e dois anos, ela sempre viveu e respirou sua profissão. Quando ainda pequena, dizia a todos que quando crescesse, iria ser uma advogada e apesar de sua maneira decidida de afirmar sua intenção, muitos acreditavam que ela poderia mudar de ideia conforme fosse amadurecendo, mas estavam enganados.Ela era daquelas pessoas que quando tomam uma decisão, custe o que custar, não voltam atrás e não medem esforços para chegar onde querem e no caso dela, era tanto, que com o passar dos anos, Maria Clara a cada dia, parecia viver e respirar o Direito, relegando seus lados sentimental, emocional e familiar, ao segundo plano. Desde o primeiro ano da faculdade, ela esqueceu que na literatura, havia outros assuntos além dos jurídicos, ela ignorava as opções de laser que tanto atraiam seus colegas nos finais de semana, achava que entre ir a um cinema, a um teatro ou barzinho para um Happy Hour às sextas, ela certamente tiraria muito mais proveito, se ficasse em casa estudando, o código civil brasileiro.
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J.B. Salles vinha pesquisando para escrever sua novela há muito tempo, ele havia escrito vários livros que eram sucesso no Brasil e no exterior, tinha seu nome conhecido em muitos países da Europa e com isto, veio a tranquilidade financeira e a possibilidade de se dedicar o tempo todo a escrever, coisa que sempre fez por amor. João Batista, não tinha chegado onde estava na vida com facilidade, muito pelo contrario, ele deu duro para conseguir se firmar no mundo literário, coisa muito difícil num país onde ser escritor, é para muitos, sinônimo de que perda de tempo, pela falta de interesse no incentivo à leitura, porque apesar do desenvolvimento do país, isto não mudou muito ao longo dos anos, desde muito tempo atrás. Sentado em frente ao seu computador, ele imagina a sequência de sua trama e nela, Maria Clara esta em sua casa, são altas horas da noite e ela, com pilhas de processos para analisar, pois não contente em trabalhar por vezes até quinze horas por dia, levava serviço para casa e assim, o tempo ia passando e ela se dedicando de corpo e alma à advocacia, sua grande e única paixão.
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Na estória que J.B. estava escrevendo, sua personagem havia se esforçado muito desde que terminou a faculdade de Direito e aos trinta e dois anos de idade, trabalhava num escritório famoso na capital paulista que prestava serviços a instituições financeiras, sua especialidade, eram os processos de execução hipotecária e com sua capacidade profissional, era muito conceituada na empresa, tendo seu nome cogitado para ingressar na sociedade. Contudo, mesmo com todo sucesso profissional, com o prestigio que ela tinha, sua vida pessoal era inexistente, pois apesar da idade, não havia se casado e nem tinha esta intenção, pois acreditava piamente que era melhor estar só do que mal acompanhada e além do mais, um homem na sua vida, só iria ser um estorvo em sua escalada profissional. J.B. se esforça para encontrar um jeito de mudar a vida de Maria Clara na novela, mas tudo que conseguia, era que ela se dedicasse cada vez mais ao trabalho e por consequência, cada vez menos a si mesma como pessoa, como mulher e quem mais sofria com isto sem que ela percebesse, era seu coração, que de certa forma batia por bater, pois ele não conhecia o amor, ele nunca havia ouvido alguém pronunciar esta palavra, pequena, mas que faz uma falta imensa na vida da gente. Maria Clara na ânsia de se mostrar cada vez mais uma profissional de sucesso, não conhecia mais nada além de revisão de processos, elaboração de peças processuais, leitura de publicações, sentenças, elaboração de defesas e cumprimento de prazos fatais, direito era seu único lema e a unica coisa que a deixava excitada, era a perspectiva de poder fazer com que se prevaleça sempre a justiça!
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A vida de Maria Clara se resumia unicamente ao trabalho, o tempo ia passando, sua juventude escorrendo entre seus dedos e mesmo que ela não que ela quisesse ignorar, uma sensação estranha a incomodava, era como se faltasse algo que ela não sabia o que poderia ser, mas quando este sentimento a incomodava demais, ela se atirava ao estudo de processos, mergulhava de cabeça na elaboração de defesas, coisa que fazia com maestria e assim, mesmo sentindo-se incomodada, lutava com todas as suas forças para não parar para pensar na origem, no verdadeiro motivo daquela sensação. Com o tempo, ela foi adquirindo muitos hábitos que aos outros pareciam estranhos, mas ela não percebia o que estava acontecendo, agia sempre como se tudo fosse absolutamente natural. Seu apartamento no Tatuapé, parte nobre da Zona Leste de São Paulo, era um lugar muito agradável, sua decoração era em estilo moderno e o bom gosto de Maria Clara, a personagem, fez de seu recanto uma obra de arte, pois entre móveis modernos e pintura arrojada, havia também quadros de pintores famosos, como Matisse e Leonardo Da Vinci. Ela adorava pequenas estatuetas e vasos chineses, tinha várias peças em seu apartamento, cuja disposição era sagrada, tinham que estar do jeito que ela as colocava e quando alguém, uma visita ou a faxineira as tirava fora de suas posições originais, era motivo para que ela ficasse extremamente nervosa e para que por vezes, se tornasse arrogante, maltratando as pessoas sem pensar nas consequências. Não obstante, além destes descontroles ocasionais, outras manias foram aparecendo na personalidade de Maria Clara. Pela manhã, ela agia sempre da mesma forma, no mesmo horário, com uma precisão incrível, parecia que ela não era mais humana, agia mecanicamente, parecia que havia se tornado uma espécie de robô, fazendo tudo igual, sem mudar nada, numa rotina de enlouquecer a qualquer um.
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Enquanto J.B. dava seguimento à sua novela escrevendo mais um capitulo, do outro lado da cidade, na Zona Norte da capital, num condomínio fechado perto da Serra da Cantareira, Maria Clara, uma advogada, um ser humano da vida real, se preparava para mais uma noite de muito trabalho, ou seja, para dar sequência à analise de vários processos que havia trazido do escritório e é claro, mais uma vez ela iria dormir poucas horas e levantar muito cedo, pois tinha uma audiência marcada para as onze horas da manhã, no Fórum João Mendes Junior, no centro velho da cidade. A noite parecia que nem havia existido, Maria Clara se levantou, tomou uma ducha rápida como sempre o fazia, colocou seu roupão de banho e foi para seu quarto, onde se prepararia para sair em direção ao trabalho, numa jornada inalterável de cinco dias por semana, por longos e longos anos, sem tirar um dia de folga. Quando se colocou frente ao espelho, ela pensou ouvir sua própria voz, mas não deu atenção, começou a se vestir e mais uma vez a voz soou em forma de pergunta, que era mais uma afirmação:
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-Agora você vai vestir aquela saia preta com a blusa branca não vai mesmo?
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Assustada ela percebeu que estava mesmo para pegar as roupas citadas pela voz e perguntou em voz alterada, quem estava falando com ela, quem estava ali em seu quarto, já que sabia o que ela iria usar, só poderia estar vendo seus movimentos, sem que ela soubesse. A voz não respondeu, o silencio que se fez foi aterrador, mas ela mais uma vez resolveu ignorar, achava que poderia estar passando por um momento de stress acumulado e estar ouvindo coisas, mas de novo, a voz falou:
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-Agora você vai calçar aquele sapato preto, de salto alto, aquele, com um lacinho da mesma cor, não vai?
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Maria Clara perdeu a voz, queria gritar, mas não conseguiu, o medo era tanto, que ela começou a tremer, sem saber o que pensar, nem o que fazer. De repente, ela ouve de novo a mesma voz que perguntou:
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-Por que é que você faz todos os dias a mesma coisa, do mesmo jeito?
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-Você não se cansa de ser tão repetitiva, de ser tão monótona?
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-Não acha que mudar alguma coisa em sua vida poderia lhe fazer algum bem?
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-Só para variar um pouquinho, por que você não coloca aquele vestido bege, aquele que mostra bem suas formas e te deixa mais sensual?
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O susto foi demais, Maria Clara perdeu o sentidos, não viu, nem ouviu mais nada, desfaleceu, caindo ao lado de sua cama para acordar horas depois pela manhã, sem saber exatamente o que havia acontecido.
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Na cobertura do arranha céu na região da Paulista, o dia para J.B. já havia se iniciado há algumas horas atrás e naquele instante, ele estava escrevendo no texto de sua novela que sua protagonista levantava-se do chão, onde havia caído quando desmaiou após haver tido uma espécie de alucinação ouvindo vozes, vindas de onde não havia mais ninguém.
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Tanto J.B., o escritor, quanto Maria Clara, a pessoa da vida real, estavam ligados por algo estranho, misterioso e sobrenatural, sem que nenhum dos dois tivesse consciência disto, pois enquanto ele escrevia sua novela, todos os acontecimentos por ele relatados, envolvendo Maria Clara, sua personagem, estavam realmente acontecendo na vida da pessoa, da mulher de carne e osso, Maria Clara, a advogada e a razão disto, só Deus sabe a resposta. Na estória que J.B., sua personagem depois de perder tanto tempo com excesso de trabalho e deixando a vida pessoal de lado, estava ficando neurótica, estava a ponto de ter uma crise existencial, pois a falta de carinho e amor a estava fazendo murchar lentamente e da forma mais dolorida possível, vivendo na mais completa solidão.
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Seguindo com seu carro pelas ruas da Zona Norte em direção ao centro da cidade, a Maria Clara da vida real, se questionava sobre sua sanidade mental e pensava seriamente em procurar um especialista, afinal, ela não tinha tempo para descansar, pois prazo é prazo e se ela não os cumprisse, quem o faria em seu lugar?
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Na novela de J.B., sua personagem tinha vindo com seu carro até o Metro Tatuapé, havia deixado o veículo em um estacionamento nas proximidades da estação e tomado o metro, pois o transito estava terrível naquela segunda feira e ela não tinha tempo a perder, aliás, como sempre, nem era preciso dizer. Dentro do Metro, Maria Clara se sentia angustiada por causa das paradas constantes por problemas técnicos e a cada segundo de todo aquele tempo parados entre uma estação e outra, sua mente brilhante trabalhava com extrema precisão e apesar de sentir seu peito apertado e falta de ar, pensava nos argumentos que iria usar numa defesa que estava elaborando. No meio daquela multidão de gente dentro da composição, ela era somente mais um numero, apenas mais um usuário, sufocado, oprimido pelo sistema e pior, sem nenhuma opção. Entre uma estação e outra, mais uma parada e quando o trem chega na estação Sé, exatamente como todos os dias, quando as portas se abrem é como se um mar de formigas saísse em disparada de um formigueiro sendo atacado com inseticida, todos correm ao mesmo tempo rumo às escadas rolantes e no meio delas, Maria Clara, não passa de mais uma das formigas, exatamente como todas as outras pessoas naquele lugar.
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Dando sequencia ao enredo da novela, Maria Clara a personagem, entra em seu escritório e como não poderia deixar de ser, sua mesa esta parecendo um verdadeiro cartório, processos espalhados em todos os cantos e os estagiários, saindo em busca de mais. Uma de suas manias e praticamente um ritual, era que quando chegava ao escritório, deixava a bolsa em sua mesa e ia para o banheiro ajeitar o cabelo, que aliás, nem precisava, pois seu único penteado a vida inteira, era um coque no alto da cabeça, preso estrategicamente com grampos que o mantinham assim do dia inteiro, afinal, ela não tinha tempo, por que iria se preocupar? Tudo era sempre igual, os mesmos movimentos, o mesmo estilo de roupa para cada dia da semana, o mesmo coque no alto da cabeça, isto sem contar com um par de óculos, com uma armação preta que a envelhecia no mínimo uns quinze anos, ele era tão velho, que estava com a armação torta e quando Maria Clara o usava, sem perceber, ela ficava uma verdadeira figura. J.B. não se conformando com o comportamento de sua personagem, havia parado de escrever e continuava a pensar em como poderia mudar para melhor a vida de sua protagonista, ele não achava justo uma mulher tão jovem ainda como ela, estar vivendo daquela maneira, se é que se pode chamar aquilo de viver.
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Enquanto isto, a Maria Clara da vida real, sentada em sua mesa no escritório, olha fixamente para a página de um processo, ela nada vê, parece estar em transe profundo, não sente, não pensa, parou no tempo, como se à espera de que algo a motivasse a continuar, mas na verdade, era preciso que J.B. continuasse a escrever sua novela, para sua vida seguir adiante.
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No intervalo, durante o período em que parou de escrever, J.B. recebeu um telefonema de seu editor, dizendo que só tinha uma semana para terminar sua obra e que ele deveria fazer dois finais, para que fosse escolhido o melhor, pois a novela teria que ser um Best Seller, como nunca visto no país.

Já eram duas horas da tarde quando J.B. recomeçou a escrever e naquele mesmo instante, a Maria Clara da vida real em seu escritório, saiu do transe em que se encontrava e sua mente como sempre, absorvia cada ponto e virgula do texto que estava examinando e quando percebeu, já eram quase vinte e duas horas, ela nem mesmo havia jantado, mas não fazia diferença, ela não teve tempo para se alimentar, passaria num Mac Donalds e levaria um Big Mac para casa, assim, como sempre, tudo estaria resolvido.
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Enquanto escrevia, J.B. resolveu inserir um novo personagem em seu romance, Pedro Paulo, um estagiário de Direito, um rapaz inteligente, culto, educado e estudioso, mas nem por isto deixava de curtir a vida e tudo que ela pode oferecer, ele tinha dentro de seu coração uma paixão imensa pela vida e seu sonho era encontrar um amor, para ser só seu, para se casar, formar uma família e um dia quem sabe, ter alegria de ser avô, ao lado daquela que ele escolhesse, para ser seu amor, para com ele viver, pelo resto de sua vida. Maria Clara, a personagem, saiu do escritório, passou no primeiro Mac Donalds que encontrou pelo caminho e ao entrar na lanchonete, com a atenção focada no menu, não viu que Pedro Paulo a observava, com olhos de quem se apaixona à primeira vista, fez seu pedido, pediu para fazer embalagem para viagem, pagou rapidamente e saiu do estabelecimento, afinal, ela nunca tinha tempo para perceber outras coisas na vida, mas quando ia abrir a porta de seu carro, um trombadinha a assaltou levando sua bolsa e aterrorizada ela gritou, pedindo por socorro. Na trama da novela, seu novo personagem socorre sua protagonista que havia sido vitima de um assalto e, depois de acalmar a moça se apresenta, ela agradece e pede desculpas pelo incomodo, ele lhe oferece para leva-la em casa, ela recusa a gentileza e agradece mais uma vez.
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Maria Clara na vida real, depois de ser assaltada, exatamente como o foi a personagem de J.B., foi socorrida por um jovem simpático, atencioso, se sentiu melhor e em condições de ir só para casa, trocaram telefones em caso dela resolver fazer um boletim de ocorrência e cada um seguiu seu caminho, mas Pedro Paulo, não consegue tirar a moça de seus pensamentos, pela noite adentro. Quando ela chegou em casa, percebeu que havia ficado com o lenço dele e resolveu ligar pedindo desculpas e para dizer que o devolveria no dia seguinte e foi exatamente o que ela fez.
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Naquele instante, num trecho da novela que J.B. esta escrevendo, o jovem estagiário atende ao telefone e fica muito feliz em descobrir, que quem esta do outro lado da linha, é Maria Clara, a personagem da novela de J.B., a mulher que, nem por um minuto, lhe sai do pensamento. Os dois trocaram algumas palavras e resolveram que entre um prazo e outro, se contrariam no Fórum e se desse tempo, entre uma carga e outra, tomariam um lanche em algum lugar.
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J.B., com sua criatividade e bom coração, estava lentamente mudando o destino de sua protagonista e não é difícil imaginar, que no dia seguinte, os dois se encontraram no Fórum, deram um jeito de almoçar juntos e entre uma troca de ideias sobre vários aspectos do Código Civil, um encontro de olhares, trouxe nova vida ao coração de Maria Clara. Sua personagem não se lembrava mais do que significava sentir o vento soprando e balançando seus cabelos, muito menos, a maravilha que era sentir o calor do sol da manhã, aquecendo suavemente sua pele, afinal, ela não tinha tempo a perder com coisas tão banais.
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Dentro do restaurante, a mulher Maria Clara e advogada na vida real, sentiu por aquele jovem estagiário, uma coisa que não sentia ha muito tempo, pois ela quase nem se lembrava mais como era, ela se sentiu atraída pelo rapaz e não pode deixar de imaginar como ele beijava e seu coração quase seco, pareceu renascer naquele instante e a natureza falou mais alto novamente na vida de uma mulher, que ha muito tempo, não vivia.
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Naquele exato momento, em outro trecho da estória, J.B. escreve que os dois resolvem se encontrar mais uma vez e a estória segue rumo a mais um final feliz, assim como todas suas outras novelas, pois o coração de J.B. é feito de puro amor pela vida e pelos seus semelhantes, tudo que ele escreve é para aquecer corações tristes e feridos. Tudo que ele sempre quis, foi levar aos leitores através de suas novelas, mensagens de paz, de amor, de fé em Deus e na beleza da vida. Pedro Paulo, o estagiário, com seu jeito carinhoso e sua delicadeza, conseguiu ganhar a confiança e o amor de Maria Clara que aos poucos, foi desabrochando como uma flor em manhãs de primavera e toda aquela angustia e sentimentos estranhos que havia dentro de seu coração, foram desaparecendo como tinha que ser.
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Maria Clara a pessoa da vida real, estava descobrindo dentro de si mesma o desejo de ter mais tempo para ela, começou a descansar, coisa que nunca fez em sua vida e não levava mais toneladas de trabalho para casa, era como se aquela advogada, maníaca pelo trabalho e pela profissão, tivesse deixado de existir aos poucos e no lugar dela, estivesse surgindo uma nova mulher, consciente de que para tudo há um limite e que viver não significa ser apenas a melhor profissional, que não significa deixar de amar, significa sim, sentir o coração pulsar mais forte, viver intensamente todas as emoções e deixar a natureza agir por si mesma, que a vida significa, se amar em primeiro lugar, mas principalmente e acima de tudo, amar a própria vida.
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J.B. estava encerrando o penúltimo capitulo de sua novela, só faltava o capitulo final. Já era noite. Sua protagonista estava em sua casa nos braços do homem que a fez despertar para vida e enquanto ele escrevia, Maria Clara beijava Pedro Paulo na vida real, do outro lado da cidade, vendo a lua brilhar nos céus da Serra da Cantareira e J.B. cansado, foi adormecendo e com ele, foram também fechando os olhos, os personagens, Maria Clara e Pedro Paulo, depois de fazer amor, como nunca tinham feito em suas vidas.
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Na manhã seguinte, J.B. foi até a editora e levou sua obra com dois finais diferentes para que seu editor pudesse ler e dar a palavra final, pois a publicação seria feita com o final que ele escolhesse e não aquele que o coração do autor havia pedido a ele para escrever. Uma semana depois, o editor ligou para J.B. dizendo que ele havia escolhido um dos finais, mas que ele teria que mudar algo nele, ele teria que “matar” sua protagonista, vez que todas as novelas que ele tinha escrito haviam sido apenas um grande sucesso nas livrarias, mas para chegar a ser um Best Seller, teria que ter algo diferente, teria que ter um grande impacto no final. J.B. saiu de lá arrasado, pois sua personagem havia aprendido a viver e estava agora desabrochando como uma flor, nos braços de seu grande amor. Ele chegou em casa, sentou se em frente ao seu computador e começou a contra gosto a reescrever o final que o editor havia escolhido, mas de alguma forma, ele daria um jeito de escrever, nada mais, nada menos que um Gran Finale!
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Naquele instante, a Maria Clara a pessoa da vida real, saiu de sua casa cedo como sempre, mas agora com um sorriso nos lábios, os processos e o código civil já não eram sua prioridade, pois seu coração batia calmamente, na cadencia do amor e sua mente brilhante, sabia agora como discernir entre a importância de ser uma profissional bem sucedida e ser uma mulher feliz, de bem com a vida.
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As linhas do texto do final da novela já estavam terminando, sua protagonista havia ido bem cedo ao Fórum de Santana para falar com um Oficial de Justiça, entra agora na rotatória da Praça 14 Bis, na região do Campo de Marte e em sua mente, o olhar apaixonado do jovem estagiário mais uma vez a faz sorrir, ela esta feliz, como nunca havia sido. O transito caótico da região, não consegue dar vazão aos carros de passeio que para complicar, circulam entre Trólebus e caminhões, onde toda a atenção na direção do veículo, ainda é pouca.
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Naquele mesmo instante, Maria Clara, a advogada da vida real, segue dirigindo, com o capo de seu carro conversível recolhido e ela lembra por um breve instante, do tempo em que ela não sabia o que era viver e num ímpeto, solta os cabelos que estão presos no alto de sua cabeça, sente o vento balança-los, acariciando seu rosto e sente na alma este movimento, pensa em quanto tempo ela perdeu, sem apreciar os verdadeiros valores da vida.
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J.B. esta escrevendo as palavras finais de sua novela e de repente, sua protagonista ouve um estrondo, seu mundo que agora era cheio de luz, se torna de novo uma escuridão total, ela não houve, nem pensa mais nada, tudo se apaga, numa fração de segundo. Um ônibus desgovernado, abalroa um caminhão em alta velocidade em certo trecho da rotatória da Praça 14 Bis, o motorista do caminhão tenta controla-lo mas não consegue e ele atinge o carro de Maria Clara, a advogada, a pessoa, a mulher da vida real e ao mesmo tempo, o da protagonista da novela de J.B. e elas foram unidas naquele momento, mais do que nunca, o veículo capota duas vezes e quando para, esta tudo acabado...
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O grande autor, o escritor J.B. Salles, o Joãozinho como os amigos o chamam, deixa uma lagrima sentida rolar sobre o teclado...
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Do outro lado da cidade na vida real, em um quarto de hospital, um par de olhos se abrem lentamente e primeira coisa que enxergam, é uma luz brilhante bem ao longe, como se ela viesse do fundo de um túnel na mais completa escuridão. Aos poucos a luz toma conta da visão daqueles olhos e uma imagem a principio difusa, começa a se formar em meio a ela e aos poucos, vai ficando cada vez mais nítida e se pode ver o rosto de Pedro Paulo e nele, um sorriso acompanhado de uma lágrima de emoção.
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Maria Clara, a advogada, a pessoa da vida real e Maria Clara a personagem e protagonista da novela de J.B.Salles estão vivas, não morreram. Ele as salvou da morte no ultimo instante, nas ultimas linhas de sua novela, e o fez por um único motivo, ele o fez por amor.
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O homem, o escritor, o autor J.B. Salles, mas antes de tudo o Joãozinho, tão querido por todos, não teve coragem de matar sua heroína, ele preferiu ir contra as ordens de seu editor, mudou o final de sua estória sim, mas não matou sua protagonista, porque inexplicavelmente, ele sabia que Maria Clara a advogada e Pedro Paulo, o estagiário, eram de alguma forma pessoas reais, que ele havia lhes dado vida, sentimentos, os fez conhecer o verdadeiro amor e ele não era de forma alguma um assassino frio, calculista e sem coração. Ele preferiu seguir seus princípios e o mais importante, ele preferiu ouvir seu próprio coração.
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A editora se recusou se a publicar seu livro, uma vez que ele estava definitivamente fora do que eles haviam exigido do autor, deram como quebra de contrato e ainda moveram um processo contra ele, exigindo indenização. J.B. Salles, não desanimou, enviou sua novela para outra e editora e logo depois ela foi publicada, tornando-se o maior Best Seller daquele ano, tanto no Brasil , quanto no exterior.
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Maria Clara, a advogada e mulher da vida real, vive hoje feliz ao lado de Pedro Paulo, os dois trabalham juntos desde que ele se formou e acabaram por se tornar sócios da empresa, graças ao excelente desempenho do casal.

Numa noite, em sua casa aos pés da Serra da Cantareira, Maria Clara se lembra de quando ouvia sua própria voz questionando sua maneira de ser e de agir, acha interessante como a mente reage, quando estamos em estado de stress profundo e um sorriso surge em seus lábios, olhando seu Pedro Paulo deitado ao seu lado, dormindo como um anjo, entregue aos braços de Morfeu depois de terem feito amor.
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J.B. por sua vez, bem longe dali, em sua cobertura na mais paulista de todas as avenidas, vive feliz por ter sido honesto consigo mesmo e por ter atendido, ao apelo de seu coração.
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A vida inúmeras vezes imita a fantasia e vice versa, nenhum de nós é capaz de dizer com firmeza que certas coisas são apenas ficção, que são impossíveis de acontecer ou existir, mas Maria Clara, a advogada, a mulher da vida real e Maria Clara, a personagem e protagonista da novela de J.B. Salles, eram por um estranho mistério, uma só pessoa e, se ele tivesse seguido as ordens de seu editor, “matando” sua personagem, teria por consequência sido culpado pelo crime de morte e pior, um crime premeditado, sem perdão.
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Escritores são donos de poderes mágicos inimagináveis, eles tem o poder de dar e tirar a vida de seus personagens, eles detêm o poder no mundo dos sonhos, eles podem quando quiserem nos fazer viajar sem sair do lugar. Através de seus textos, nos fazem viver grandes emoções nunca sentidas e quem nos garante então, que eles não tem o poder de mudar o rumo de nossas vidas, de nossos destinos?
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Fica no ar uma pergunta:
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Se J.B. Salles, o João Batista Salles, apenas o Joãozinho para os amigos fosse outra pessoa, Maria Clara a advogada, estaria hoje viva e feliz ao lado de Pedro Paulo, o estagiário e o homem e personagem que J.B. colocou em seu caminho e a fez acordar para vida?
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Não se pode viver a vida usando uma máscara, vivendo um personagem para sempre, pode se apenas aprender vivendo a compreender a mensagem embutida no enredo da peça da qual todos nós participamos, assim como a Maria Clara da vida real, aprendeu com Maria Clara, a personagem e protagonista da novela, de J. B. Salles, despertando para vida e para o amor, a única razão de nossa existência e, se ela aprendeu literalmente a viver, deve isto ao autor.
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O maior autor e escritor do universo, escreve todos os textos e roteiros de nossas vidas, para que cada um de nós, se esforce para receber ao menos uma menção honrosa ao final do espetáculo da vida, só depende de nosso desempenho, no papel que nos foi conferido.
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Quem sabe até, dependendo de nossa atuação, venhamos a ser eternizados nos corações da plateia que nos assiste atentamente no palco da vida, mas o mais importante precisa ser dito, quem defendeu a causa de J.B., aquela que a Editora moveu contra ele, não foi um personagem.
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Foi Pedro Paulo, o marido de Maria Clara na vida real e depois do caso encerrado, se tornaram amigos, passaram a frequentar as casas um do outro e num certo dia, num papo mais intimo, Maria Clara contou a J.B. sobre sua vida, sobre seu acidente e de como foi que ela sobreviveu, para viver seu grande amor. J.B. naquele momento, soube no mais intimo de sua alma, que ele havia sido responsável pelo que aconteceu, seus olhos encheram-se de lágrimas, mas se manteve calado, por que há certas coisas na vida, que não tem explicação, muitas vezes e melhor nem tentar, pois o que aconteceu a todos eles, pessoas e personagens, foi uma delas, só Deus, sabe a razão.


Autor:José Araújo

17 comentários:

Anônimo disse...

ola papai , eu achei seu texto muito interessante legal e ao mesmo tempo misterioso beijo^_^

Anônimo disse...

Caro Jose, não trabalho na àrea juridica, mas imagino a loucura que seja.
Sou profissional da àrea médica e posso compreender bem a trama de sua estória, por que eu mesmo já passei por uma fase onde dava prioridade ao trabalho, esquecendo de mim e de todos aqueles que me rodeavam, eu esqueci na expressão da palavra, de viver.
Hoje, com a idade mais avançada, com outra cabeça, vejo o quanto eu perdi meu amigo.
Em minha profissão eu sempre estive mais fora de casa do que do trabalho e meus filhos cresceram sentindo minha falta junto a eles.
Hoje tento compensar com meus netos, aos quais dou toda a atenção e carinho que eles merecem e recebo de volta da mesma maneira.
Tive sorte de me casar com um mulher que sempre segurou a barra, que sempre me compreendeu e tentou me ajudar de todas as formas, mas se não fosse assim, hoje eu estaria em plena solidão.
Agradeço a Deus por ter acordado a tempo e ter tido a chance de dar à minha companheira o que não dei por quase toda uma vida.
Hoje eu sei o que é sentir o vento em meu rosto, sei o valor de sentir o calor do sol aquecendo minha pele e assim por diante.
Parabens pelo alerta meu amigo, voce é mesmo muito especial e espero que muitas outras pessoas que agem assim, possam ler teu conto, que de ficção, não tem quase nada.
Abração carinhoso Jose, com todo meu respeito e admiração pelo ser humano que você é!

Anônimo disse...

Cara, que mente é esta?
Que conto mais fantástico voce escreveu!
Tendo lido muito de seus trabalhos, desde o inicio sabia que no final haveria mais uma lição de vida meu amigo!
Esta coisa de darmos prioridades a coisas erradas na vida é um grande problema na sociedade atual e não só na área juridica , mas em muitas outras existem pessoas que se dedicam de corpo e alma ao trabalho, esquecendo-se de viver na expressão da palavra.
Muitas vezes quando se acorda, já é tarde demais, não é possivel fazer o tempo voltar atrás.
Tudo que fazemos no dia a dia servira como base para nosso futuro e viver a vida plenamente é a coisa mais importante da qual as pessoas em sua grande maioria esquecem e o resultado?
Tristeza, infelicidade, solidão, uma velhice externa e interna que não tem nada de bom a passar para as futuras gerações.
Muitas pessoas são personagens a vida inteira, passam a maior parte dela representando um papel que não é aquele designado por Deus, deixam de aprender a reverenciar a beleza de uma flor, de um por do sol, de um amanhecer.
Quantas vidas são disperdiçadas neste mundo!
Quem dera a vida destas pessoas que não "vivem" pudesse ser reescrita por algum escritor, mas esta não é a realidade, é só ficção e o que a humanidade tem que aprender é que a vida, como ela realmente é, não pode ser ignorada como tem sido.
A essencia da vida esta nas pequenas grandes coisas que comumente passam despercebidas, como uma tarde de chuva, um dia ensolarado com céu azul e principalmente nossos semelhantes que muitas vezes tem dentro de si um pode quase que mágico de nos fazer compreender que é preciso saber viver.
O gesto do autor da novela "Personagem" mostrou num gesto magnifico que é preciso se manter fiel aos nosso princípios e mesmo sabendo que corria o risco de ser drasticamente repreendido pelo editor, negou-se a privar Maria Clara do maior bem que existe neste mundo, como voce mesmo disse em seu texto, a vida!
Parabens com muitos louvores meu amigo, pois num mundo tão dificil de se viver e se realcionar com nossos semelhantes, é muito bom saber que ainda existem pessoas como voce!
Beijão cara!
Já te disse pessoalmente e repito, amo muito ser seu amigo!

Unknown disse...

Amigo querido, que texto maravilhoso o seu, um dos mais tocantes que já li. Além de uma bela estória de amor, que tanto gosto, está o principal que é o alerta de como esquecemos das coisas simples da vida em função desse corre-corre que a sobrevivência nos impõe. Sua descrição do vento nos cabelos de Mª Clara foi tão perfeita que senti os meus voando e o sol tocando o meu rosto, porque com certeza é uma das coisas que mais me dão prazer. Amigo, obrigada por me fazer pensar no quanto nossa vida é rápida e o quanto deixamos de vive-la por esquecimento, e que isso também sirva para você, que ao caminhar pela Av Paulista saindo do trabalho, vc tenha tempo para olhar a lua e admira-la como uma dávida que Deus coloca iluminando nossas vidas diariamente e que o amor sempre esteja em seu coração. Adoro vc meu lindo escritor e já caindo na repetição, parabéns!!! rsrs

mdb disse...

Jose como você está me saindo em? Você nesta estória abriu vários leques ao mesmo tempo.Em primeiro lugar eu senti a dificuldade do autor em escrever. Concordar ou não concordar com a obra é muito comum e legal mas fazer o autor modificar sua obra é para mim falta de respeito com a criação.
Vamos a personagem, mas que mulher especial! Como pode conseguir amar o que faz e não amar a si própria.Ela não tinha nem mais noção de vida normal parecia que era programada só para o trabalho.Esqueceu que era um ser humano que precisava ter outras prioridades, não só o trabalho.(Eu conheço um amigo meio parecido com ela, mas voltamos para a estória.)A sorte dela foi ser assaltada pois daí em diante teve a vida toda mudada e feliz.
Quanto ao autor da novela levou sua integridade até ao fim e teve o maior sucesso.
Agora quero falar sobre o autor do texto Jose Araujo. Você meu amigo está cada dia me surpreendendo mais. Parabéns querido pela obra e continue com esse amor pelo que faz, pois o amor edifica a obra do escritor e cada vez aprimora mais.
Jose meu escritor preferido você me faz cada dia mais feliz pois estou sempre torcendo para seu sucesso. Beijos. Marilene Dias.

Anônimo disse...

Olá meu amigo José, parece que sabe de tudo que as pessoas " o ser humano" precisa, você vai longe... com sua forma de tocar os corações e fazer as pessoas mergulhar em seus texto de uma forma deliciosa. Deus te ilumine sempre .

Anônimo disse...

Olá meu amigo! Nossa! Como é bom ler seus textos, como é bom ler os comentários dos seus amigos e leitores! Seu Blog tem um diferencial muito grande meu amigo! Cada comentário é feito como se as pessoas estivessem realmente falando com voce e o mais impressionante, elas não economizam palavras para dizer o que sentem a respeito não só de suas estórias, mas sobre voce e o fazem com um carinho muito grande e acredito que para voce isto não tenha preço! É gratificante a gente ter a oportunidade de falar abertamente sobre aquilo que pensamos, aquilo que nos vem à mente quando a gente lê seus textos! Minha opinião meu caro, é que desta vez voce se superou! Como voce consegue fazer isto eu não sei, mas é impressionante a forma que voce usa até a ficção para nos mostrar a realidade!
O J.B., antes de tudo seu personagem´, nos mostra quanto é importante respeitarmos nossa índole, o quanto é gratificante a gente se recusar a fazer coisas que não achamos corretas e depois vermos que não poderiamos te agido diferente! Seu autor, o J.B., é um homem de fibra, uma pessoa que além de fazer aquilo que gosta, respeita a si mesmo acima de todas as coisas. Outras pessoas por interesse financeiro, teriam "assassinado" Maria Clara a personagem e Maria Clara a advogada e pessoa real em seu próprio beneficio. Quanto ao excesso de trabalho, quanto ao fato de que muitas pessoas nesten mundo agem exatamente como Maria Clara, é necessário mesmo que pessoas ilumindas como voce mostrem de alguma forma o perigo que correm de passar uma vida inteira sem viver e o pior, que podem acabar no pior dos martírios, a solidão.
Voce é um autor que para mim supera a muitos que já tem fama no mundo literário, porque voce, com toda a sua simplicidade e carisma, consegue dizer em palavras simples muito do que precisamos ouvir e melhor, seus textos são escritos de uma forma que qualquer um, por menos preparado que seja, pode compreender suas mensagens!
Mais uma vez Jose, meus sinceros parabens meu amigo e escritor favorito!
Todos da minha casa adoram ler seus textos, desde meus velhos pais até meus filhos mais novos e sabe por que? Porque o que voce escreve Jose, é muito saudavel e só nos trás bons pensamentos.
Abração a voce com toda a minha admiração!

Anônimo disse...

Jose meu querido, o Oswaldo me disse que mais uma vez voce nos trouxe uma mensagem muito e especial e eu não poderia deixar de te prestigiar.
Sabe meu amigo, O Que o Oswaldo disse em seu comentário é a pura realidade, pois todos nós sofremos no periodo em que ele não pensava em outra coisa senão o trabalho.
Como foi dificil meu amigo!
Mas eu não me deixei vencer, lutei muito e o apoiei em todas as situações mesmo estando num estado de carencia afetiva que estava me matando aos poucos.
Sofri, ou melhor, sofremos muito, mas graças ao bom Deus e nossa persevarança, hoje somos uma familia feliz. Nossos netos estão tendo hoje o que nossos filhos não tiveram, a companhia de Oswaldo que tem demonstrado o grande homem que ele é. Peço a Deus que muitas outras pessoas que estão passando no momento o que nós passamos, que elas tenham a oportunidade de refletir sobre suas ações, pois não há nada pior neste mundo do se sentir só, mesmo estando acompanhada e isto vale não só para os adultos, mas para as crianças tambem.
Muitas vezes o tempo passa sem que a gente perceba, agimos de forma absurdas em nome de coisas que não tem a menor importancia na vida!
Sua estoria teve um final feliz, seu personagem J.B. o autor é uma pessoa muito especial, assim como Maria Clara e Pedro Paulo tambem o são, mas voce meu amigo é muito mais que todos eles juntos, porque voce com sua criatividade, consegue criar um enredo como este, que envolve a muita gente nos dias de hoje.
Parabens pelo alerta, pelo carinho com que voce conduz teu trabalho em teu Blog, que alias, não há nenhum outro que pelo menos possa ser comparado com ele e isto meu amigo, porque voce trabalha com o coração das pessoas e em seu trabalho voce coloca o seu.
Beijos com todo meu carinho querido!
Mal posso esperar pela próxima semana!

Anônimo disse...

Como sempre vc me prendeu na trama de sua estória. O q ficou registrado é q realmente, tenho q concordar com vc, até onde vai ou começa nossa realidade e onde termina a fantasia? Nossa vida flui conforme nossos objetivo, nossas vontades..., nossos pensamentos mais loucos são aqueles q deixamos de lado, agora não dá, daqui a pouco eu faço, uma hora eu consigo, só que como sua protagonista poucos conseguem enxergar, perceber q a vida passa e quando menos espera vc cai em si e se dá conta q a vida passou..., vc é bem sucedido profissionalmente porém só se prestou a trabalhar???, é bem sucedida sendo dona do lar e nada mais???, é claro q seu mundo um dia vai desabar, irá por água a abaixo.
Aí é q vem a dúvida cadê meu mundo perfeito? Onde foi q eu errei? E parando p/ pensar, vamos analisar, nada disso é verdade não erramos estamos aprendendo, mundo perfeito??? é claro q ele é, só temos q parar, respirar profundamente e olhar a nossa volta, preste mais atenção a tudo e a todos, respeite a opinião q for diferente da sua, aprecie uma boa conversa, uma boa companhia, um animal, uma flor.
Deus é perfeição portanto sendo sua criação tudo temos p sermos perfeito e p/ mim esse é o nosso objetivo chegar à perfeição em espírito e alma.

Beijo e um abraço grande, sua sempre fã... Rose Cruz.

Anônimo disse...

Uma trama muito bem desenvolvida por uma mente brilhante, com a ajuda de um coração que imagino, não tem tamanho, de tão grande que é!
J.B. é sem dúvida um dos seus personagens que mais nos transmitiram a grandeza de se preservar uma indole impecável, a despeito dos riscos financeiros e profissionais.
Ele assim como seu criador, sempre soube que seu coração nunca o enganaria, soube que a leveza de um ombro sem culpas é algo de que não podemos nos privar.
Maria Clara, sua outra criação, nos mostra com seu comportamento inicial para com a vida, que em muitos de nós há um pouco dela, mesmo que a gente não queira admitir, mas sua virada, sua grande sacada, só surgiu quando se viu em perigo e pediu ajuda.
O Jose araujo escritor, que por ironia da arte, deu vida a J.B., a Maria Clara e Pedro Paulo, tenho absoluta certeza de que assim como o personagem do autor em seu conto, sempre escreveu com seu coração e graças a ele, não fez de J.J. um assassino, não permitiu que cometesse um crime ediondo, matando sua personagem que tinha acabado de descobrir a vida em toda a sua essencia.
O Pedro Paulo da vida real, sem saber de nada, aceitou advogar para J.B. e a trama tota tem um desfecho mais do que especial!
Parabéns caro amigo, pois há muito estava precisando ler coisas como as que voce escreve! Eu precisava de paz, de luz, e em suas estorias encontrei boa parte do caminho até lá.
Abração e tenha um resto de semana abençoado meu amigo!

Anônimo disse...

Banco Noroeste S/A, 1980, era onde voce trabalhava na época e no horário de almoço, um cliente chato esbarra em você no restaurante e ele ao invés de pedir desculpas pelo incidente, recebe de voce os pedidos de desculpas.
Ele fica sem graça pela sua atitude e se apresenta, os dois acabam por bater um longo papo o cara se apaixonou pelo seu jeito de ser.
Voce em contra partida tambem gostou dele e se tornaram amigos inseparáveis até que o cara foi embora para os EUA e voces acabaram por perder o contato depois que voce se casou.
Este cara chato, que acabou por te amar como um irmão não te esqueceu Jose!
Ele te procurou em todos os lugares e para a felicidade dele, voce se tornou muito conhecido no mundo virtual e foi por ai que ele chegou até você!
Lembra de mim José?
Pode ser até que não, mas não te esqueci, porque voce mudou minha vida para sempre e com voce aprendi a respeitar as pessoas e com isto consegui muitos amigos, amizades que perduram até hoje e tudo graças ao "Araujo", como te chamavam no banco.
Estou te enviando um e-mail na esperança de poder te encontrar de novo, de poder te abraçar como eu fazia naquela época, pois o calor do seu abraço jamais vou esquecer.
Lí muitos dos seus contos e crônicas e vi que neles voce conseguiu registrar com palavras escritas, sua alma e seu coração!
Estou com muitas saudade meu amigo e não vejo a hora de poder estar ao teu lado de novo, mas desta vez sem deixar voce escapar das minhas vistas, porque voce foi, é e será muito importante na minha vida!
Se os amigos podem dizer eu te amo sem preconceito, eu te digo de coração, AMO VOCE MEU AMIGO!
Ps: Estou esperando ansioso sua resposta para a gente marcar um encontro.

Parabéns pelo belissimo trabalho que voce faz aqui e não poderia ser diferente, pois ele reflete voce

Seu amigo fiel,

Celso

Anônimo disse...

Caro Sr.José Araujo,Li e reli o seu conto para que eu pudesse de uma maneira coerente dar minha humilde opinião como leitor de horas vagas que sou, pois meu trabalho também exige muito de meu tempo o que me torna um leitor como se diz sazonal,portanto perdôe-me se porventura meu depoimento for direçionado à uma visão oposta ao que desejavas salientar.Não creio.
Sempre lhe disse e continuo a salientar que seu estilo de escrever é na realidade um dos mais difíceis pois para se transmitir a outros seus pensamentos e valores, o fazer uso de uma linguagem simples,clara e as vezez disfarçadamente comum torna-se necessário ser possuidor de um grande saber e também de uma habilidade que sómente os grandes oradores e escritores possuem.(Será talvez por estar no ramo jurídico?).Esta minha afirmação torna-se desnecessária pois tudo provém de uma grande alma e sabedoría.Quanto ao conto "A Personagem",não me causou grande impacto a não ser pelo fato de se passar em minha queridissima São Paulo e de que os lugares pelos quais fui transportado me são de gratas lembranças.Voltemos ao conto:A estória poderia ser a de qualquer pessôa que tivesse como objetivo tornar-se um profissional competente e reconhecido socialmente pelo grande esforço e desapêgo a sua vida privada o que torna-se compreensivel pois nos dias de hoje ou nos entregamos de corpo e alma à nossa profissão ou seremos substituidos por outros mais competentes.A luta pela sobrevivênçia e árdua.Quanto ao escritor o mesmo trava uma batalha imensa de conciênçia pois os seus valores é que estão em jogo e não seu conto novelesco.Caro Sr.José Araujo:é aqui que eu me senti apaixonado pelo seu conto.Nada supéra sua inteligênçia e sabedoría ao expor à seus leitores sua marca mais evidente que é sua grande perspicáçia.Steinbeck autor do livro AS Vinhas da Íra,fazia uso de sua capacidade de escrever para denunçiar a miséria na miséria,abordando os pontos negros da sociedade da época. O senhor faz uso de um mesmo estratagema para denunçiar e evidençiar nosso mais negro retrato protagonizado por parte de nossa sociedade que faz questão de salientar a grande escassez do aplicativo desta palavra tão simples e significativa para este grande autor,escritor e contista se me permite assim chama-lo,que é a bela,fragil,mágica e vigorosa "ETICA".
Meu muito obrigado SR.JOsé Araujo!

Unknown disse...

Meu caro grande amigo José,como você trabalha essa cabecinha rapaz.Não sei se fico triste ou feliz ao ler,sei que é uma cronica,más ao mesmo tempo muito real.Vc está de parabens,más uma vez vc surpreende com suas palavras bem escrita e no lugar certo.Alem de trabalhar,vc sempre tem um tempinho para nos escrever coisas bonitas,leio com todo prazer amigo,muito obrigado por vc fazer parte da minha vida,continue essa pessoa que é,e mais uma vez,parabens.

Anônimo disse...

Fantasia, sonhos, realidades, pesadelos, alegrias e tristezas, choro e sorriso, amor e ódio, orgulho e preconceitos, reconhecimentos e desdenhos, inveja e mediocridade, são tantos os sentimentos humanos que voce aborda em seus contos e crônicas e de uma maneira magnifica que prende a atenção da gente até o final, mas acima de tudo, a gente sente que para voce o importante é ter fé em Deus e amor pela vida e é isto que voce consegue nos passar de uma forma absolutamente encantadora.
Ler o que voce escreve Jose Araujo é, pelo menos para mim e muitos outros que acompanham seu trabalho, tanto aqui no Google, quanto lá no Uol, um prazer inenarravel meu amigo!
Maria Clara é o simbolo que representa muita gente que vive nas cidades grandes e J.B. representa uns poucos que ainda acreditam na importancia de ser honesto para consigo mesmo, mas para mim, Pedro Paulo, trouxe para seu conto aquilo que voce sempre faz questão de mencionar, ele trouxe o amor e com ele o que antes era impossivel para J.B., foi possivel nos braços de um homem gentil e educado, que apesar de jovem, acreditava no verdadeiro amor!
Parabéns, Jose Araujo, sei que caio na mesmisse de todos que te elogiam e amam seu trabalho, mas te digo isto de coração aberto e sincero!
Deus te conserve assim, pois o mundo precisa e muito de pessoas como voce!
Beijos, meu querido!
Amo muito voce meu garotão cinquentão!

Anônimo disse...

Meu Josézinho do coração! A Aida disse muito do que eu gostaria de te dizer pois nós falamos o tempo inteiro de suas cronicas, seus contos e suas idéias que encantam a todos que te conhecem, mas preciso completar tudo que ela falo em seu comentario, preciso dizer que voce é uma daquelas raras pessoas que Deus escolhe para espalhar sua luz por este mundo tão necessitado de um sinal de que a humanidade ainda tem chances neste planeta.
Não perdemos uma de suas publicações e iremos no lançamento do livro que contem um de seus contos e é claro, queremos levar para casa, cada uma de nós, um livro autografado, um beijo e um abraço deste homem maravilhoso, por dentro e por fora que é voce meu querido!
Beijocas e mais beijocas pra voce!
Uma fã e amiga sincera que tambem te ama muito!

Anônimo disse...

Isto que há dentro de voce que o faz escrever coisas maravilhosas é um dom divino Jose!
É impressionante como voce usa as palavras de forma simples, mas com uma propridade enorme e da maneira como voce as usa, não há coração de pedra que não se derreta!´
Que voce não mude nunca Jose, porque isto que voce nos oferece não pode ser avaliado de forma alguma! Não tem preço o bem que recebemos em nossos corações nos entragando à leitura de seus contos e crônicas!
Estava com saudades de te deixar um comentário e só não vim antes porque esta semana eu estava tomado pelo "espirito" de Maria Clara antes da mudança!
Obrigado pelo alerta!
Beijos no seu coração Jose!
Voce é definitivamente muito importante para mim!

vera pariz disse...

Maravilhoso amigo,fantástico.Vc é cada vez mais surpreendente.Fiz uma viagem e tanto agora.Isso acontece sim.Já aconteceu comigo.Temos que lutar contra esse comodismo do dia a dia e acordar pra vida.Ouvir essa voz que nos fala ao coração...O Tempo passa e nossa vida é uma só.Bom é qdo se acorda em tempo.Claro sem deixar de dzer que há muitos mistérios mesmo e não adianta procurar explicações.A explicação só quem tem é NOSSO PAI TODO PODEROSO.Bendito este DOM que DEUS TE DEU amigo querido.VC É GENIAL.....ESPECIAL....DEUS CONTINUA TE ABENÇOANDO SEMPRE...BJUS NO SEU CORAÇÃO...