Sempre
que eu passava em frente à garagem dos ônibus elétricos no Bairro do Braz, eu
ficava encantado com suas dimensões!
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Era
um galpão largo e muito alto, pois os Trólebus vinham para a garagem direto da
rua, com seus dois mastros que deslizavam nos cabos de alta tensão, que eram
colocados especificamente para eles, suspensos por cabos de aço sobre as ruas
da cidade e naquela época, nem se imaginava que um dia teríamos metrô, ônibus
articulado movido a gás natural, automóvel movido a eletricidade, veículos
ecologicamente corretos, tudo isto, era só ficção.
Quando
se falava de ir do meu Bairro, a Casa verde, para o centro da cidade, logo se
ouvia alguém dizendo que iria pegar o 43, pois ele fazia final na Rua Cásper
Libero, bem ao lado da Avenida Ipiranga, no coração de São Paulo e de lá, com
mais uma condução, era possível chegar onde meu pai trabalhava, em questão de
minutos.
Meu
pai trabalhava na garagem há muitos anos, mais precisamente, por 35 longos anos
de muito trabalho e pouco dinheiro para sustentar nossa família.
Sempre
que nossa mãe ia para a “cidade”, como chamávamos o centro, eu queria ir também
e levar alguns colegas para mostrar com todo orgulho, onde meu pai trabalhava,
mas eram raras as vezes em que ela deixava e eu ficava imaginando, o porquê
dela negar.
#
Papai
era mecânico de manutenção, o que sempre fez a vida toda, ele aprendeu o oficio
com meu avô e não pode estudar muito, porque precisava trabalhar para ajudar
seus pais.
Ele
sempre ficava feliz quando a gente aparecia por lá, pois a administração, não
achava ruim a presença dos filhos do “seu” João, um exemplo de bom empregado e
sempre nos elogiavam a ele, dizendo que estávamos sendo bem criados e educados,
mas só Deus e meu pai, sabiam às custas de que e os anos foram se passando, nós
fomos crescendo como tinha que ser e a vida foi nos levando, o tempo passou e
em determinado ponto, nem havíamos percebido e já tínhamos nos tornado adultos.
Papai
já estava velho e cansado, mas não parou de trabalhar depois que se aposentou,
porque com o dinheiro da aposentadoria, a gente ia acabar passando necessidades
e sendo assim, ele não teve outra opção, senão, continuar a luta, pelo ganha
pão.
#
Meu
irmão mais velho, já não ia mais conosco à garagem visitar nosso pai, mas eu
sempre dava um jeitinho de ir vê-lo, porque sabia o quanto era importante a
nossa presença em sua vida.
Lembro-me
de certo dia, quando ainda éramos crianças, quando me juntei com mais dois
amigos e fizemos uma “vaquinha” para arrumar o dinheiro da condução, pois mamãe
dizia que não tínhamos nem o suficiente para pagar a conta de luz, quanto mais
passear no centro da cidade, tentamos a manhã toda, mas o que conseguimos, não
dava.
Meus
padrinhos moravam perto de nossa casa e quando encontrei minha madrinha no
caminho da padaria, eu estava triste, de cabeça baixa e ela logo quis saber o
que estava me aborrecendo, contei a ela e sem pensar duas vezes, ela abriu sua
bolsa e me deu o que faltava, para pagar as passagens de ida e de volta.
Radiante,
corri ao encontro de meus amigos e lá fomos nós, orgulhosos de pegar o 43, pois
ele era o que havia de mais moderno na época e em pouco tempo estaríamos no centro
e de lá, logo chegaríamos à Av. Celso Garcia, onde ficava a garagem dos ônibus
elétricos, que existe ate hoje.
Quando
lá chegamos, um sorriso enorme tomou conta do rosto de meu pai, ele me abraçou,
me beijou, cumprimentou meus amigos e enquanto ele trabalhava, a gente ficava
admirando as dimensões do Galpão.
#
Depois
de algum tempo, ficamos entediados, queríamos fazer algo diferente e foi então
que lembrei que na calçada, em frente à garagem, havia um velhinho que vendia
refrigerantes, doces e balas, mas o que me fez ficar mais excitado com a ideia,
foi que só me faltavam duas tampinhas premiadas, para eu trocar por uma linda
miniatura de engradado de garrafas, igualzinha ao verdadeiro e com ele, eu iria
ganhar doze mini garrafinhas de refrigerante, o que completaria, minha tão
esperada coleção.
Fui
correndo até onde meu pai estava e perguntei se ele não poderia arrumar o
dinheiro, para que cada um de nós pudesse comprar uma garrafa de refrigerante,
pois estávamos com muita sede.
Percebi
certa hesitação na voz de meu pai, mas ele disse que sim, que estava tudo bem,
tirou do fundo de seu bolso umas notas amassadas, que eram o suficiente para o
que a gente queria.
Corremos
para a carrocinha do velhinho e perguntamos se ele tinha o refrigerante da
promoção, aquele que quando você acha uma tampinha marcada com uma estrela
dentro, você ganha pontos para trocar por brindes, quando tiver pontos o
suficiente.
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Ele
riu como se todos os meninos quisessem a mesma coisa e disse que iria comprar
muito mais, pois estava vendendo bem por causa da promoção.
#
Quando
ele abriu as garrafas para a gente, dei um pulo de emoção, pois na minha
tampinha tinha uma estrela e eu estava apenas a duas estrelas para poder trocar
pelo brinde que tanto queria.
Um
dos meus amigos pegou sua tampinha na mão, tirou a camada fina de cortiça que
havia nela, olhou para mim e com um sorriso largo e me disse que eu já havia
conseguido o que queria e assim foi com o outro, pois num dia de muita sorte,
nós três fomos premiados, com a estrela no fundo da tampinha.
Mais
alegre que nunca, voltei para a minha casa na Casa Verde, juntei todas as
minhas tampinhas e fui voando ao posto de troca que tinha na padaria do “seu”
Manoel, troquei pelo meu brinde e ainda sobrou uma delas, que eu guardei em meu
bolso, para resolver depois o que fazer com ela.
Cheguei
em casa feliz da vida, coloquei a minha preciosa miniatura de engradado, cheio
de garrafinhas em cima do meu criado mudo e de tão cansado, me deitei na cama e
acabei por pegar no sono.
#
Quando
acordei já era noite, ouvi vozes na cozinha e minha mãe falando sobre mim e ela
parecia nervosa e muito brava com meu pai, dizendo que ele apenas deveria ter
dito a mim que não tinha dinheiro suficiente para gastar com bobagens e que eu
entenderia, afinal de contas, havia outras prioridades, muito mais importantes
para todos nós e elas custavam dinheiro, um dinheiro que a gente não tinha.
Meu
pai como sempre, apenas balançou seus ombros, baixou a cabeça e foi para seu
quarto, enquanto eu procurava me esconder, para que eles não soubessem que eu
havia ouvido a conversa toda.
Discretamente
fui para meu quarto, o qual eu dividia com meu irmão, sentei na cama já
esvaziando meus bolsos e a tampinha com a estrela, foi a primeira coisa que eu
peguei e naquele momento, eu percebi o grande sacrifício que meu pai havia
feito por mim naquela tarde e naquele mesmo dia, eu fiz uma promessa solene, de
que algum dia eu iria retribuir de alguma forma tudo que ele fazia por mim, que
eu iria dizer ao meu pai que eu sempre soube do sacrifício que ele fez naquele
dia e em muitos outros, que haviam surgido muitos claros em minha memória e eu
tinha só, sete anos de idade.
Nos
próximos vinte anos, de tanto trabalhar sem cansar para nos criar, nos
sustentando e educando da melhor maneira que ele podia, seu físico não aguentou
o baque e ele teve cinco ataques do coração e acabou por não poder mais
trabalhar, tendo que ficar em casa, cuidando da saúde e de seu bem estar.
#
Hoje,
eu sei que meu pai sempre teve muitos sonhos que não pode realizar, porque sua
prioridade éramos nós, sua família, mas que eles ainda viviam em seu coração,
mesmo sem ter mais esperança, de um dia poder realizar algum.
Eu
e meu irmão já estávamos bem empregados, com bons cargos e já ajudávamos nossos
pais o melhor que podíamos e um dia papai ligou no escritório onde eu
trabalhava, perguntando seu eu não poderia leva-lo à consulta médica, depois
ele voltaria sozinho, pois precisava caminhar um pouco, para fazer exercícios.
Peguei
o carro no estacionamento do prédio onde trabalhava e em questão de minutos
estávamos no consultório médico e eu disse a ele que não iria embora de jeito
nenhum, que ficaria lá esperando por ele, até a consulta terminar e assim eu
fiz.
Quando
ele saiu da sala do medico, não havia cor em seu rosto, ele estava pálido, como
se algo tivesse tirado de seu corpo todo o sangue que tinha e com uma voz
engasgada na garganta, apenas disse para irmos embora, já caminhando na minha
frente em direção à rua e eu atrás dele, perguntando o que tinha acontecido e
ele resmungando, que não era nada.
Do
outro lado da calçada, estava estacionada uma caminhonete, absolutamente linda,
uma dessas maquinas que são Tunadas e de cacos velhos, se tornam tesouros de
grande valor, pelo menos para aqueles que sabem apreciar um bom carro e papai
sempre foi assim, amava carros, mesmo sem nunca ter tido a chance de possuir
um.
Ainda
sem falar mais nada, ele atravessou para o outro lado da rua e se aproximou do
veículo, deslizando sua mão sobre ele e naquele momento, eu senti como se ele
fosse um artista plástico, um gênio da arte, um escultor apreciando sua bela
criação, com toda a devoção.
#
Justiça
seja feita, ela era mesmo uma beleza!
#
Quando
eu a admirei de perto também, papai me disse que um dia, ele ainda iria ter uma
igual àquela.
Nós
dois sorrimos, aquele era seu sonho, mas como sempre, inatingível para ele.
Eu
estava indo bem como gerente na empresa em que trabalhava, assim como meu irmão
também na dele e nós dois nos oferecemos para comprar a caminhonete de seus
sonhos, mas ele recusou, na cabeça dele, se ele não pudesse pagar com seu
próprio dinheiro, não seria dele.
Na
outra semana, eu o levei novamente ao médico e quando ele saiu da consulta, foi
como se tivesse recebido a noticia da morte de alguém, mas na verdade, ele
havia recebido a noticia de sua própria morte, em bem pouco tempo.
Eu
o apoiei até o carro, pois ele estava cambaleante, fiz com que se sentasse
direito no banco do passageiro, entrei no carro e ele começou a me contar que
em breve, iria nos deixar e que não havia nenhuma esperança para ele, nem
adiantaria tentar nenhum outro tratamento.
Fiquei
em estado de choque, enquanto ouvia e ele me dizer com lágrimas nos olhos, que
a única alegria que ele iria levar desta vida, era o fato de estar orgulhoso de
mim e de meu irmão, pois havíamos nos tornado homens de bem, honestos, tementes
a Deus e respeitando o próximo, em todas as situações.
Não
consegui falar nada, apenas o abracei muito, beijando seu rosto cansado e
marcado pelo tempo, ouvindo ele me pedir para jurar, que nunca iria contar nada
a ninguém sobre sua morte tão próxima e iminente, pois ele não queria fazer
mamãe sofrer por antecipação e eu compreendi, porque sempre soube que não havia
no mundo inteiro, um homem mais apaixonado por sua mulher, do que meu velho
pai.
#
No
caminho de casa, passamos em frente a uma agencia de veículos e lá estava ela,
a caminhonete de seus sonhos, estacionada no pátio da concessionária e com um
cartaz de “Vende-se” colado nela.
Naqueles
dias, eu e minha esposa estávamos pensando em trocar de carro e meu pai sabia
disto e então perguntei a ele, se não faria mal a gente entrar na agencia e dar
uma olhada nos veículos.
Papai
concordou e enquanto eu estava olhando outros carros, vi que ele foi direto
para onde estava estacionada a caminhonete e lá ele ficou.
A
maneira que ele a admirava, trouxe lágrimas aos meus olhos e relembrei de tudo
que ele fez por mim e por meu irmão, pensei em todos os sonhos que ele deixou
de realizar por nós dois e veio à minha mente, a imagem daquele dia, lá na
garagem do 43, quando eu pedi o dinheiro a ele para comprar os refrigerantes,
sem ter noção do que estava pedindo.
#
Fui
até o vendedor e perguntei se poderíamos fazer um test drive na caminhonete e
ele disse que não haveria problema algum e quando chamei meu pai dizendo o que
íamos fazer, seus olhos se iluminaram, parecia que ele tinha recebido mais
algum tempo de vida.
Saímos
da agencia, ele no volante, falando alegre sobre a potencia e beleza do
veiculo, pois naqueles momentos, ele havia se esquecido de sua doença, da
tristeza de saber que iria nos deixar em breve e estava apenas curtindo, um tão
sonhado momento, no volante daquela caminhonete.
Rodamos
bastante e voltamos para devolvê-la na agencia e quando ele desceu dela, passou
a mão sobre o capo do motor, abaixou-se e a beijou, como se beija uma
criancinha, mal pude conter a emoção que invadiu meu coração.
Disse
ao vendedor que iríamos pensar e retornaríamos depois e assim, fomos para casa,
onde eu o deixei.
#
Voltei
à agencia, fiz algumas negociações com o vendedor, combinei alguns detalhes com
ele e fui para o trabalho, dizendo que voltava no dia seguinte.
#
Pela
manhã passei na casa de meus pais, perguntei ao papai, se poderia me ajudar a
dar uma olhada num novo modelo que havia chegado à agencia e se ele achasse que
valia a pena, eu o compraria para minha mulher, dando o velho que ela tinha,
como parte do pagamento.
Ele,
feliz por eu confiar tanto nele, a ponto de opinar na compra de um carro novo
para minha mulher, levantou do sofá onde estava deitado e foi se arrumar para
sair.
Quanto
chegamos à agencia, a caminhonete estava parada no mesmo lugar, linda,
perfeita, mas nela já havia um cartaz dizendo... ”Vendida”.
#
Naquele
instante, vi em seu rosto a mesma expressão de desapontamento, que ele deve ter
sentido muitas e muitas vezes em sua vida, quando não conseguia algo que queria
muito porque não conseguia juntar dinheiro o suficiente, nem mesmo o bastante
para nos manter direito, quanto mais para comprar algo que ele queria.
Estacionei
do lado de fora da agencia e pedi a papai para que ele fosse até o vendedor que
nos atendeu antes, para lhe dizer que eu iria deixar meu carro num lava-rapido
nas redondezas e logo estaria lá, pois havia marcado para as dez horas e já
eram dez e cinco da manhã.
Papai
desceu do meu carro e entrou caminhando devagar na agencia e eu estacionei
próximo da esquina e voltei a pé.
Parei
do outro lado da rua e pude ver através dos enormes vidros da concessionária,
quando o vendedor caminhou com meu pai até onde estava parada a caminhonete,
fazendo com que ele sentasse no banco do motorista, dando a ele as chaves do
veiculo e apontando em minha direção, dizendo a papai que aquele, era um
presente de mim para ele e que era para ser um segredo, só entre nós dois.
Papai
colocou a cabeça para fora da janela, olhou em minha direção, nossos olhos se
encontraram e sorrimos um para o outro, não foram preciso palavras, ele
compreendeu e aceitou o presente que eu lhe dei, de todo coração.
#
Fui
pegar meu carro e quando papai chegou dirigindo sua maquina possante, eu já
estava na porta de sua casa esperando.
Ele
desceu da caminhonete, veio em minha direção, me abraçou como nunca em toda a
minha vida e eu disse a ele que o amava muito, mas muito mais do que ele
poderia imaginar, lembrando a ele de nosso segredo.
Saímos
os dois na caminhonete para dar uma volta pelo bairro e enquanto nós
conversávamos animadamente, papai disse que havia compreendido o que fiz por
ele, lhe dando o veiculo de presente, mas não entendia o porquê de eu ter
trocado a bola da alavanca do cambio, por uma tão diferente da que estava nela.
A
bola da alavanca do cambio da caminhonete original era preta, da cor do
estofamento, mas a que eu mandei fazer, era de acrílico transparente e dentro
dela, mandei colocar uma tampinha de garrafa, mas não uma tampinha qualquer,
era aquela premiada, com uma estrela dentro dela, a mesma que eu ganhei e
sobrou naquele dia, há muitos anos atrás, quando papai fez por mim, mais um
sacrifício em sua vida.
Tinha
chegado a hora e o momento de eu retribuir seu carinho, seu amor e fazê-lo
feliz, mesmo que por pouco tempo, mas o nosso segredo, sobre a sua verdadeira
situação de saúde, não viveria sozinho em meu coração, havia outro que estava
guardado lá, desde muito tempo atrás, o mesmo que eu descobri com sete anos de
idade, quando ouvi a conversa entre meus pais, sobre o dinheiro gasto na compra
dos refrigerantes e este, nem mesmo a papai, eu iria contar...
#
Ele
faleceu seis meses depois e sua passagem foi quando ele estava dormindo, num
final de tarde e ele estava com um sorriso nos lábios e uma expressão de paz em
seu rosto quando partiu, pouco depois de ter limpado e encerado sua
caminhonete, seu único sonho de consumo realizado em sua vida sofrida e quem
teve alegria de guardar esta lembrança fui eu, porque nosso segredo e o meu,
ficaram aqui para sempre, bem dentro de mim, desde que ele se foi.
#
Hoje,
aos 85 anos, eu, Jorge Eduardo, o filho do "seu" João, não tenho mais
a caminhonete que foi de papai, pois eu a passei para meu filho mais velho, que
por sua vez, trocou a bola da alavanca de acrílico com a tampinha dentro, pela
original, que na opinião dele, combinava mais com a cor dos bancos e eu não
discuti, aceitei a vontade dele, além do mais, já não enxergo direito, nem ao
menos consigo caminhar sem ajuda, mas de vez em quando, eu fecho os olhos e
vejo papai, ele esta num lugar lindo, cheio de paz e ele me diz para eu não me
preocupar, pois ele vai estar sempre lá, esperando o dia da minha passagem para
o outro lado da vida, de braços abertos, para me abraçar e me beijar e depois,
me apresentar orgulhoso aos novos amigos, que ele fez lá no céu.
#
Nos
momentos em que isto acontece, eu ouço sua voz, ele fala com aquela sua maneira
gentil de sempre, com seu jeito único, que me transmitiu amor e confiança na
vida, desde que eu era um bebê e ele me diz, que além de estar com saudades de
me abraçar e me beijar, ele tem um presente para me dar e quando eu pergunto a
ele o que é, ele me responde que é uma tampinha de garrafa premiada, com uma
estrela dentro dela e que esta colocada numa bola de acrílico, que ele
encontrou jogada numa lata de lixo e, eu sei, dentro de meu coração, que ela é
a mesma que eu encontrei, enquanto esvaziava meu bolso quando era pequeno,
depois de ouvir a conversa entre mamãe e papai, a mesma que me revelou um
segredo, que até então eu não imaginava e que guardei em meu peito, pelo resto
da minha vida.
#
#
Autor:
José Araújo
Fotografia:
José Araújo (acervo particular 2006)
16 comentários:
meu amigo lendo seu contou retornei a um tempo atraz em que vivi a mesma sitaçao com meu avo a tampinha era outra coisa mas a estoria era igual Deus te pague por isso vc me me fez reviver um momento magico em minha vida PARABENS bjos
Recordar sempre é bom, nossa vida é recheada de momentos, circunstâncias, motivações, empreendimentos..., viver intensamente, isso é o q temos q fazer. Agora, vivenciar essas lembranças com esse jeito faceiro q só vc tem, fica melhor ainda.
Curto muito seus contos e me emociono a cada leitura dos seus lindos textos. Não pare nunca ouviu???? Alias, vc leu??? rsrsrs..
Beijos de sua eterna fã.
Rose Cruz
Amigo que é isso? Quanta emoção, que sensibilidade a sua, essa crônica foi fundo na minha alma. Já não tenho mais o meu paizinho, mas as lindas recordações daquele adorável ser estão presentes em mim. Desculpa pela minha emoção e falta de capacidade de expressar o que senti, só posso te agradecer por esse momento lindo que vc me fez reviver. Parabéns meu gênio das letras, meu maninho amado e querido, você se supera a cada texto, agora haja coração para seus leitores, rs
Beijos querido
Lindo seu conto....profundo e emocionante...pois podemos voltar no tempo e lembrarmos de nossos antepassados...Adorei...como sempre usou de toda sua sensibilidade..Parabéns!!!!Bjosss
Mais uma vez você foi muito feliz nesta sua crônica,de um filho dando o real valor ao seu pai, lutando assim para transformar o sonho do pai numa realidade. Muito importante fazer nossos pais felizes pois, assim, estamos também demonstrando nosso carinho e afeto para com êles. Um beijo no seu coração amigo.
Braz, Gazometro (ainda posso sentir o cheiro)Av.Celso Garçia,Belém,Largo da Concordia,Parque Shangai e uma infinidade de lembranças revividas em companhia de meu velho e heróico pai,Sr.Mario Buoro,homem digno de respeito e dignidade,trabalhador e incompreendido por todos que o cercavam.Neste comentário sôbre este conto posso prestar minhas homenagens merecidas àquele que tudo me ensinou em matéria de ètica e postura perante as adversidades que durante minha jornada nesta vida se apresentam. Bôas lembranças nos fazem saudosistas.Há algum mal nisto?Muita gente contesta este sentimento e não sei o por quê.O resgate das coisas bôas sempre nos traz alegria e também muito sofrimento.Neste teu conto Sr.José Araujo,volto a dizer que sua linguagem aparentemente fácil,nos transporta a um tempo onde o respeito pelo ser humano se fazia digno de um Obrigado Sr.José,Obrigado SR.Manoel,sua benção meu Pai e minha Mãe,meu Padrinho,meu Avô ou meu tio.Bom dia Seu Antonio.Oi Dona Maria já foi a feira hoje?Bons tempos aqueles pois todos se respeitavam.O velho carro foi nada mais nada menos do que a reverênçia de um filho agradeçido pela vida e pelo exemplo de uma vida honesta valiosa,árdua,sacrificada e regida por abstinênçias por nós hoje inimagináveis.Obrigado mais uma vez Sr.José Araujo(correto?)por transportar-me para tempos que se foram e não retornarão jamais.Não devemos nos esqueçer das singelas coisas da vida como educação,respeito,agradecimento e além de tudo uma palavra que retrata a Índole do ser humano.GRATIDÃO.
E para o Sr.José Araujo minhas homenagens também ao Sr.seu Pai pois existe ainda aquêle velho e saudoso ditado "TAL PAI,TAL FILHO"
Só posso lhe dizer uma coisa!!! Obrigado por existir e ser meu amigo!!!
Seus contos são sempre maravilhosos, comoventes, sensiveis, etc...
Obrigado mesmo!!!
Meu escritor favorito, mais uma vez voce nos faz viajar lendo um conto seu! Que delicia lembrar um passado tão longinquo, tão enraizado em nosso coração! Teu conto nos trouxe através de uma tampinha premiada, o grande premio de nossas vidas, ou seja, o amor pelos nossos pais que nem ao menos pode ser avaliado!
Me vi andando pelo Gazometro ao lado do Oswaldo, caminhando até o Mercadão para buscar especiarias para minha culinária.
Que saudades meu amigo!
Você só não voa, mas é um anjo que não tem asas, mas faz as pessoas voarem e serem felizes lendo cada palavra que voce escreve!
Beijos meu amigo e mais uma vez parabéns!
av amador bueno da veigaeu nao gostei do conto,e nem do comentario do anonimo av celso garcia.pois o senhor jose ,e o av garcia,me fizeram lembrar de momentos,sentimentos,alegrias aprisionadas,odios imerecidos e agrecoes silenciosase,por tudo isso que eu nao gostei.tenho 65 anos,e eu tambem tive a minha caixinha que ganhei do meu pai.as garrafinhas que elas continham,expressavam tudo oque meu pai sempre me ensinou.a garrafinha que eu mais gostava quando eu tnha 7 anos,era uma que vinha cheia de amor.outras haviam,e estavam todas cheias de honra, carater,dignidade,etica,tolerancia,bondade,trabalho, perseveranca,humildade,e mais amor,amor e amor.aos 9 anos de idade, um bando de chacais quebraram a minha caixinha e todas as garrafinhas nela contida.so, que as garrafinhas ja estavam vazias ,pois eu havia bebido todo o conteudo que havia nelas.eu nao gostei do texto,porque os chacais continuam a rondar depois de terem se passado tantos anos,e como eles sofrem mutacoes muinto rapidamente,hoje so se ve,chacais vampiros.hoje nao existe mais tampinhas premiadas,e nem caixinhas para serem presenteadas.e e por isso que nao gostei.na minha caixinha nao tinha cartoes corporativos,so havia trabalho honesto.meu pai lutou na primeira guerra mundial defendendo a sua patria, e nao recebeu indenizacao por isso,mas certos terroristas no nosso pais, que mataram pessoas que tinham tampinhas,ja as receberam e bem polpudas.na minha caixinha,nao havia garrafinhas com vacas de ouro e nem cara de pau,havia honestidadenelas,nao cabiam o que diz um certo artropode,nao vi,nao sei,nao ouvie por tudo isso e muito mais sr jose que eu nao gostei,por que o seu pai morreu e o meu tambem e nos seremos os proximos,e ,quando isso acontecer,so restara a propina,suborno,e mentiras,
as tampinhas estarao extintas
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Caro Jose, é impressionante a sua capacidade de criar personagens com estorias que imitam a realidade e é tanto, que pessoas como o "anonimo" que comentou antes de mim confundiu a ficção com a realidade. Há leitores e "leitores" Jose e todos nós que admiramos seu trabalho sabemos que cada estoria, cada personagem que voce cria, vem de uma mente brilhante, de alguem que não deixa escapar nada à sua volta, que consegue enxergar o que poucos ao menos conseguem ver.
Ler seus contos, nada mais é do que voar através da asas da imaginação, fechando os olhos e imaginando os cenários que voce tão bem retrata.
Eu e Glória somos deste tempo caro José e as lembranças daquela época são imortais para nós dois!
Só tenho que agradecer por me permitir relembrar uma época de ouro, onde não havia maldade nos pensamentos das pessoas como hoje, que por qualquer motivo descarregam sua infelicidade atacando pessoas da paz e do bem!
Parabéns Jose Araujo, ao cotrário do "anônimo" que não gostou de seu conto, eu me emocionei e senti uma alegria enorme e relebrar um tempo maravilhoso que se passou.
Abração e continue a nos brindar com sua arte e sua capacidade de tocar corações como nem um outro.
Abração e que Deus te proteja sempre meu amigo, voce é mesmo muito especial!
Grande José!
Cara, quantos mais eu leio seus trabalhos, mais eu me apaixono pela sua arte de escrever!
sou jovem, meu pai ainda está vivo graças a Deus, mas mesmo a gente estando em outras épocas, paia é pai e a maioria age como o personagem de sua estoria!
Quantas vezes eu mesmo não fiquei imaginando se eu não estaria pedindo demais a ele em certas ocasiões e quantas vezes eu sei que ele fez por mim mais do que podia!
Amor de pai e filho não tem época, não tem tempo que mude, a gente sente isto dentro do peito e carregamos este amor pelo resto de nossas vidas!
Achei lindo seu conto e me emocionei às lágrimas meu amigo!
Obrigado por nos trazer à tona sentimentos e muitas vezes ficam escondidos, mas estão sempre vivos dentro de nossos corações!
Parabéns mais uma vez Jose e não deixe de avisar quando publicar novamente!
Abração e fica na paz!
Mais uma vez eu te pergunto!
Que mente é esta meu amigo?
Que fontes de inspiração o levam a criar estorias tão especiais comop esta?
Seja lá como for, tenho certeza de que voce coloca em cada linha de seus textos dois ingredientes que só podem dar certo!
Amor e fé e isto voce deixa bem claro que tudo que voce faz, fazenco com que a gente se sinta leve, em paz, mesmo quando uma lárima silenciosa teima em rolar de nossos olhos quando voce nos toca fundo o coração!
Perfeito meu amigo e como sempre, te digo sem receio, te amo meu amigo!
Nada como ter o prazer de ler coisas que nos caem como um bálsamo no coração!
Voce é unico rapaz!
Nunca se esqueça disto!
Teu amigo de fé,
Jorge Teixeira
Não tem jeito mesmo!
Voce consegue fazer com que a gente se prenda em seu texto desde o inicio!
É incrivel como eu me sinto impulsionado a ir até o fim, é como se algo muito forte me atraisse como um imã e sem perceber chego ao auge, o desfecho de suas estorias!
Jose Araujo, você tem talento meu amigo!
Ler seus contos é algo de que não abro mão toda semana!
Fico excitado por saber o que vem de novo por ai nos finais de semana.
Às vezes, quando preciso me recuperar de uma carga negativa recebida em algum lugar ou de alguma pessoa, releio seus contos e fico muito mais leve meu amigo!
Voce tem o dom de curar os males da alma e do coração!
Deus te abençoe sempre!
Seu amigo e leitor assídio,
Alvaro Garcia
Como dizer-te, como expressar-me?
Detalhes lindos, palavras doces, mensagem Gigantesca!!
Uma maravilha de texto, que me trouxe lágrimas aos olhos.."Pai", ser que nunca se vai, mesmo não estando entre nós...
Parabéns Jorge.........( sem palavras.....)
Grata.
A coisa melhor que tem é recordar a infância feliz ou infeliz, pois de ambas tiramos muito ensinamento e muitas coisas positivas para compor nossa personalidade e aprendizado.
Quanto as tampinhas acho que não existe uma criança que não colecionou alguma coisa e sempre ouvia dos mais velhos, que era dinheiro jogado fora. Mas sempre havia um, que dava todo apoio.
Aqui no texto foi muito lindo o relacionamento do filho com o pai, era uma cumplicidade, por que seria melhor passar alguns dias sem luz, mas ver a alegria e felicidade do filho.
O filho teve a felicidade de sentir a grandeza do gesto do pai que guardou o segredo e pode realizar a tempo o sonho do pai e com isso nasceu a cumplicidade entre os dois até o dia da partida do pai. Ambos tinham o coração com sentimentos idênticos.
Jose eu amo quando escreve sobre infância. Eu sinto que estou fazendo parte de sua estória. Obrigada meu amigo e escritor preferido.
Beijos.Marilene Dias.
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