Alberto
e Eloísa estavam ainda em Lua de Mel. Bem antes da data marcada para o seu
casamento, eles haviam programado a viagem que ficaria para sempre em suas
memórias. Escolheram o lugar, adquiriram um pacote numa agência de turismo que
pagaram em 10 vezes sem juros e logo após o término da festa que foi realizada
na Casa de Portugal, com todos os detalhes e requintes minuciosamente
programados pelos dois, partiram para viagem de seus sonhos. Eles estavam muito
felizes. O lugar era verdadeiramente paradisíaco. Eles escolheram ir para o
litoral nordestino e melhor escolha não poderiam ter feito. Durante o dia, os
passeios pelos pontos turísticos foram fenomenais. Quando estavam na praia, a
visão era absolutamente fantástica. Um mar incrivelmente azul delineava ao
longe o horizonte. O céu então nem se fala.
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Era
uma imensidão azul, com pouquíssimas nuvens brancas que davam à paisagem uma
imagem de muita paz e tranquilidade. O sol forte da região, bem diferente da
região sudeste onde moravam, era amenizado o tempo todo por uma brisa
refrescante que balançava as folhas dos coqueiros e era uma verdadeira benção
naquele lugar. Ao longe, as Jangadas dos pescadores coloriam aquele cartão
postal. Foram dias memoráveis que se passaram e eles nem sentiram o tempo
passar. Tudo era tão agradável e tão deliciosamente novo para eles, que cada
minuto escoava como as areias do mar que quando tentamos segura-las com as
mãos, escorrem por entre nossos dedos sem parar. Tudo era maravilhoso. Tudo era
perfeito. Mas quando foi chegando o dia de seu retorno a São Paulo, para definitivamente
iniciarem sua vida de casados, uma preocupação começou a incomodá-los.
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Será
que iriam ser sempre tão felizes como estavam? A vida de casados não se
tornaria uma verdadeira rotina depois de algum tempo, acabando com a magia de
sua união? Por mais que não quisessem, aquilo não saia de seus pensamentos. No
dia marcado para o retorno, eles tinham que estar no aeroporto às 4hs da tarde.
Levantaram muito cedo e foram caminhar na orla marítima, para se despedir
daquele paraíso. Beberam água de coco, comeram cocadas pra lá de deliciosas,
sentaram-se em cadeiras num quiosque a beira mar e ficaram algum tempo em
silêncio. Era tudo tão lindo. Tudo tão divinamente especial. Cada segundo de
sua permanência seria relembrado com muito carinho até o fim de seus dias.
Pensando nisto, Eloísa que já havia falado sobre seus receios com Alberto,
sugeriu que quando retornassem à capital paulista, fossem procurar um velho
benzedor.
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Um
conhecido e amigo da família que era muito respeitado e tido como um homem
sábio. Desde pequena, ela era levada pelas mãos de sua mãe ao velho Mathias
para ser benta, e de bucho virado ao mau olhado, ele sempre lhe trouxe a cura
tão desejada para os males que a afligiam. Além de benzer, ele era muito bom em
dar conselhos aos mais jovens e os mais velhos sabiam que tudo que ele dizia
era a mais pura verdade. Um tanto relutante, Alberto acabou por concordar. No
mesmo dia em que desembarcaram em Congonhas pela manhã, à tarde foram visitar o
velho Mathias. Ao chegar lá, havia uma multidão para ser benta e outra para lhe
pedir conselhos. Vendo aquela gente toda esperando para ser atendida, sem
arredar pé do lugar, Alberto ficou mais confiante de que o que iriam fazer
teria algum resultado positivo em suas vidas.
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Além
de Eloísa, Alberto também não tinha deixado de pensar no futuro deles como
marido e mulher. No mais fundo de seu coração ele queria que sempre fosse como
estava sendo desde o dia de seu casamento. Passado muito tempo, já era de
noitinha quando foram recebidos pelo benzedor. Após contarem a ele a sua
preocupação, com um sorriso bondoso em seu rosto, ele disse aos dois com muita
confiança no que esta dizendo, que eles teriam que fazer um patuá para cada um
e andar com ele pendurado em seus pescoços por um cordão, de forma que ele ficasse
em contato com sua pele e no meio de seus peitos, na altura do coração. Os dois
se olharam sem saber do que ele estava falando. Nem ele, nem ela sabiam o que
vinha a ser um "Patuá". Não foi preciso dizer nada ao velho Mathias,
porque com sua profunda compreensão do ser humano, ele sabia que eles eram muitos
jovens e não conheciam tal amuleto.
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Com
toda a calma deste mundo, com seu jeito bondoso e receptivo, ele disse a eles
que um Patuá era um pequeno amuleto feito de pano. Que era como um minúsculo
travesseiro feito de tecido e que dentro dele eram costurados ingredientes
especiais para proteção de quem o usasse, e o conteúdo, variava de acordo com a
finalidade desejada. Eles sorriram e agradeceram a explicação e perguntaram o
que os patuás que deveriam usar teriam que ter dentro deles para garantir que
sua felicidade conjugal fosse eterna em suas vidas. Revolvendo uma pequena
caixinha de areias que estava em cima de sua mesa, ele se concentrou e após
algum tempo, disse que a única coisa que precisavam ter dentro de seus patuás,
era um pequenino pedaço de tecido do mais fino algodão da roupa de um casal
verdadeiramente feliz. Contudo, ele disse que teriam que viajar muito para
encontrar as pessoas certas para que pudessem lhes pedir que lhe dessem o pequenino
pedaço de tecido de tanto precisavam.
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Eloísa
olhou para Alberto e disse ao velho Mathias que fariam de tudo para garantir a
proteção e durabilidade de sua felicidade. Agradeceram imensamente o benzedor e
voltaram para seu apartamento. Como ainda tinham duas semanas de férias antes
de voltarem ao trabalho, teriam tempo suficiente para encontrar um verdadeiro
casal feliz. Eles conheciam muitos casais na cidade grande, mas nenhum cem por
cento feliz. Sempre faltava alguma coisa em suas vidas. Se não era uma coisa,
era outra. Assim, eles resolveram aproveitar e ir para Minas Gerais. Lá
poderiam visitar os parentes no campo que há muito não viam e aproveitariam
para iniciar sua procura por lá. Talvez num lugar mais tranquilo como o campo,
eles pudessem encontrar o tal ingrediente especial para fazer os seus Patuás.
Na manhã em que chegaram em Belo Horizonte, deixaram as malas no hotel e foram
caminhar às Margens da Lagoa da Pampulha. Lá eles viram um casal brincando com
seus filhos e resolveram começar por eles a sua busca. Eles estavam todos bem
vestidos. Pareciam estar em boas condições financeiras e tanto o marido, quanto
a mulher, estavam usando peças de roupa feitas do mais fino e leve algodão, por
causa do calor que fazia no lugar.
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Ao
aproximar-se deles, Eloísa e Alberto puxaram conversa e após as devidas
apresentações e uma agradável bate papo sobre a vida de casados, Alberto
perguntou aos dois se mesmo depois de tanto tempo de casados eles ainda eram
tão felizes como no começo. O marido sorriu olhando para a esposa e disse que
sim. Que eles eram muito felizes na vida, a não ser por tantos filhos que
tiveram, que lhes causavam tanta preocupação e ansiedade. Ouvindo a resposta,
os dois souberam que o tão desejado ingrediente não seria encontrado ali.
Continuaram a conversa por mais algum tempo e depois se despediram e voltaram
ao hotel onde se hospedaram para ficar até o dia seguinte. Logo pela manhã,
Alberto alugou um carro e partiram para o interior do estado na busca do que
estavam procurando. O tão desejado ingrediente para o seu Patuá. Chegando à
fazenda dos parentes, foram recebidos com uma verdadeira festança. A
hospitalidade mineira se fez presente a cada instante.
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Antes
de um almoço especial, com torresmo à pururuca, arroz branco, feijão e couve
picada refogada, eles experimentaram caipirinha feita com pinga do alambique da
família, e isto tudo, dentro de um verdadeiro requinte da cultura mineira.
Passaram uma tarde magnífica onde puderam perceber que os casais da família
eram todos muito felizes, mas mesmo sem lhes fazer a pergunta que queriam
fazer, sobre a completa felicidade de cada um deles, havia sempre alguém que em
conversa frisava que lá, todos eram muito felizes mesmo, a não ser algum
pequeno senão. Sabendo que lá não encontrariam o casal verdadeiramente feliz,
conversaram até altas horas da noite e quando sentiram o sono apertar, pediram
licença aos seus anfitriões e foram para o quarto que a família tinha preparado
especialmente para os dois. Tudo estava na mais perfeita ordem no ambiente
simples, mas extremamente aconchegante da fazenda. Dormiram a noite inteira e
foi a noite mais tranquila de sono que os dois tiveram desde o dia em que se
casaram. Na manha seguinte, entre queijos, doce de leite e compotas de frutas
feitas pelas mulheres da família, eles se fartaram de tanto comer. Fartura na
mesa de mineiro, mesmo sendo de origem humilde e nos confins do interior, é uma
coisa que não pode faltar.
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Os
parentes deles fizeram de sua manhã um acontecimento especial. Trouxeram outros
parentes de longe para vê-los. Eloísa conheceu primos que ela nem sabia que
existiam e entre abraços e beijos emocionados o tempo passou tão depressa que
já era quase a hora do almoço quando resolveram caminhar um pouco pelo lugar.
Nas redondezas havia as casas dos colonos e talvez fosse lá que iriam encontrar
o que vieram procurar. Fizeram sempre a mesma pergunta a tantos e tantos casais
que conheceram que quase perderam a conta, mas em nenhum deles a resposta foi
definitiva, sem que houvesse ao menos, um pequeno porém. Quando voltaram eram
quase 3hs da tarde. Ninguém tinha almoçado à espera dos dois. Almoço de mineiro
é às 11hs da manhã, mas em respeito ao jovem casal, mesmo com fome todo mundo
esperou. Quando entraram no enorme quintal foram recebidos com a maior alegria.
O almoço mais uma vez foi sensacional.
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Galinha
ao molho pardo, mandioca cozida, linguiça frita feita por eles mesmos, com
carne de porco de sua própria criação e depois a sobremesa. Esta então, fechou
sua visita com chave de ouro para os dois. Doce de Cidra ralada, acompanhado
por um queijo fresco tão leve e delicioso que não resistiram e pediram para
repetir. Ao final da tarde eles partiram. Em sua programação, estava a visita a
outras fazendas de parentes em outras cidades do interior do estado de Minas
Gerais. Em cada uma delas, a historia de repetiu. A hospitalidade em todas as
casas que visitaram foi simplesmente inacreditável para os padrões de paulistas
que eram. Após ter conhecido lugares maravilhosos, pessoas encantadoras que
tinham no olhar a alegria de viver uma vida simples e pacata no interior que
chegou a emocioná-los várias vezes, mas eles já estavam se cansando de procurar
o tão desejado ingrediente sem encontrar. Finalmente, eles foram para a última
cidade por onde passariam antes de voltar.
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Ao
chegar lá, passaram pela praça da matriz e a igrejinha era tão branca e limpa,
que nem parecia ser real. A praça em volta da Igreja era muito bem cuidada. Era
domingo e aquele lugar era o preferido dos casais de namorados que estavam
sentados nos bancos trocando juras de amor. Em alguns pontos da praça, havia
pequenas mesas preparadas para jogo de dominó ou xadrez. Senhores usando
chapéus de palha conversavam animadamente enquanto jogavam. Eles eram felizes.
Havia isto bem claro em seus olhares e sorrisos de gente simples e humilde.
Eloísa e Alberto vendo tudo aquilo, tão diferente da loucura das cidades
grandes, mais uma vez não conseguiram se controlar e seus olhos se encheram de
lágrimas da mais pura emoção. Aquilo sim era vida. Não os atropelos, os
assaltos, as brigas de transito e as doenças comuns das grandes metrópoles,
como a angústia crônica, a solidão e a tão em moda síndrome do pânico que se
apossava dos mais fracos mentalmente, fazendo de suas vidas um suplício de medo
e insegurança. Isto sem falar, que ir parar no divã de um analista era tão
comum como procurar um dentista.
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Era
tanto, que algumas pessoas já acostumadas a se deitar num divã, diziam que quem
não tinha um analista, não poderia ser considerada uma pessoa normal. Ainda
emocionados, seguiram por uma pequena estrada de terra batida que era ladeada
por pastos imensos e de tão verdes, faziam até com que os dois não acreditassem
no que estavam vendo. Vacas, bois e bezerros pastavam calmamente. Homens
vestidos a caráter, usando suas roupas de vaqueiros, cuidavam do rebanho ao
longe em cima de seus cavalos. Aquilo era uma imagem que só tinham visto em
filmes e novelas pela TV. Nascidos e criados da cidade grande, apesar de bem
educados por suas famílias, eles tinham características urbanas inconfundíveis
aos olhos das pessoas do interior, mas que para aquela gente simples e humilde
em nada diminuía seu valor como seres humanos que eram. Ao passar por uma
cerca, viram um homem pastoreando enorme rebanho de carneiros. Ele estava
sentado numa pedra no meio do pasto e seu cão estava cavando em volta de um
enorme Cupinzeiro com o maior interesse no que iria encontrar.
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Ao
longe na estrada, eles puderam ver que uma mulher carregando uma criança no
colo e levando outra pela mão, vinha trazendo pendurado no pescoço o que lá
chamam de embornal e ele parecia cheio. Quando ela se aproximou da porteira que
dava acesso ao pasto, o homem se levantou rapidamente, e foi em sua direção. O
garotinho que estava no colo da mãe, logo que viu o pai levantou os bracinhos
para que ele o pegasse, o que ele fez com todo amor. Abraçou e beijou a esposa,
pegou o pequenino no colo e beijou o outro garotinho maior que a estas alturas
já estava sendo lambido pelo cachorro que até tinha se esquecido do tesouro que
procurava cavando na terra e fazia uma festa sem igual. Pulando, latindo a
abanando o rabo ele parecia querer mostrar a todos que ele estava feliz com sua
chegada. Eloísa e Alberto ficaram parados. Sentados nos bancos em seu carro,
quase que como se estivessem hipnotizados, eles admiravam tudo silenciosamente.
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Maravilhados
com e cena, eles não perdiam um só detalhe daquele encontro de família.
Finalmente! Os dois pensaram e disseram ao mesmo tempo. Lá estava um casal
verdadeiramente feliz! A mulher pegou de dentro do embornal uma vasilha que se
parecia com um caldeirão com tampa e estendeu um pano no chão chamando o marido
para almoçar. Feliz com a graça que Deus havia lhe dado, de ter uma mulher
maravilhosa e filhos lindos e com saúde ele sentou-se sorrindo, pegou um prato
de alumínio e começou a se servir. Enquanto isto, o garotinho menor estava
sentado no chão brincando com uma pequena flor em suas mãos. O outro ao lado do
cachorro, corria pelos campos em meio aos carneiros enquanto a mãe zelosa não
os perdia de vista um só minuto sequer. Aquilo sim era uma família feliz.
Alegres por terem finalmente encontrado o casal perfeito para pedir a eles o
mais desejado ingrediente, eles saíram do carro e se aproximaram da cerca que
os separava daquela família feliz.
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Meio
sem jeito de atrapalhar o almoço do homem que deveria estar faminto, Alberto
chamou a sua atenção batendo palmas como se estivesse na porta da casa daquela
família sem igual. Os meninos curiosos, logo chamaram a atenção dos pais. Após
dividir com as crianças e o cachorro o que sua mulher havia trazido, não havia
sobrado muito e ele tinha acabado de comer o pouco que restou. Com um sorriso
amistoso, ele se aproximou de onde eles estavam e perguntou quem eram e de onde
tinham vindo. Dai por diante a conversa foi longe. Eles conheceram o pai, a mãe,
as crianças e até o cachorro que se apaixonou por Eloísa. Depois de
aproveitarem aqueles momentos mágicos vividos ao lado daquela família, eles não
viam a hora de pedir a eles o que tinham vindo procurar. Em dado momento,
Alberto achou melhor ser sincero e contou ao casal o porquê deles estarem
viajando ao interior e o que eles estavam procurando. Eles ficaram espantados,
sem saber o que pensar. Nunca na vida deles, tinham ouvido nada igual. Alberto
perguntou ao casal se na verdade eles eram mesmo tão felizes como aparentavam
naquele lugar. A resposta foi simples como a vida deles no interior.
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-
Uai Sô! Graças ao Bom Deus, nóis somu sim sinhô!
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Quando
Eloísa ia pedir ao casal um pedacinho de qualquer peça de roupa que eles
tivessem, que fosse do mais puro algodão como instruiu o velho Mathias, antes
que ela falasse, o marido disse aos dois, que eles lhe dariam não só um pedaço
da roupa de algodão, mas a peça inteira e de bom coração, mas infelizmente,
eles não tinham nenhuma. Tudo que eles tinham, eram roupas iguais às que
estavam usando, feitas de sacos alvejados de mantimentos e nada mais. Felizes
por terem presenciado toda aquela felicidade em família, mas desapontados por
não terem encontrado o que tinham ido procurar, eles se despediram do casal, deram
beijos nas crianças que lhes retribuíram com sorrisos tão lindos quanto os
raios do sol numa manhã de verão. Fizeram a volta com seu carro e voltaram por
onde tinham chegado àquele lugar mágico, em meio a lugar nenhum. Eles haviam
desistido de procurar. Estavam desapontados, tristes e com receio de que nunca
pudessem viver eternamente felizes como desejavam.
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A
viagem foi fantástica, as experiências de vida que eles tiveram pelos caminhos
por onde passaram foram muitas, mas a obsessão por encontrar o que tinham ido
procurar, não deixou que se lembrassem dos grandes ensinamentos que a escola da
vida tinha proporcionado a eles naqueles poucos dias, no interior incrivelmente
maravilhoso e mágico das Minas Gerais. De volta a São Paulo, inconformados por
não terem encontrado o único ingrediente indicado pelo valho Mathias,
resolveram procura-lo de novo e dizer que o que ele fez não tinha sido justo.
Que ele havia brincado com seus mais profundos sentimentos indicando um
ingrediente impossível de encontrar para fazer o Patuá que iria garantir a eles
pelo resto de suas a vidas, a tão desejada felicidade. Após ouvir os dois sem
dizer uma única palavra, mesmo Alberto tendo sido um tanto grosseiro em dado
momento da conversa, ele esperou que acabassem de falar e quando pararam, ele
sorriu e perguntou aos dois, se realmente não haviam aprendido nada durante sua
peregrinação à procura do pedacinho do mais puro algodão da roupa de um
verdadeiro casal feliz.
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Encabulado
pela forma calma e tranquila com que o velho estava falando com eles, mesmo
depois de Alberto ter dito a ele algumas palavras rudes, o jovem parou por
alguns instantes para pensar e refletir e se lembrou naquele momento, de todos
os casais que tinham conhecido pelo caminho e disse que tinha aprendido uma coisa,
da qual jamais iria se esquecer. Com um nó na garganta ele disse ao velho
Mathias, que aprendeu de uma vez por todas, que contentamento, é uma rara
benção neste mundo e muito difícil de se encontrar. Eloísa por sua vez, disse
que tinha aprendido que para ser contente com a vida que se leva, não é preciso
mais nada além de estar contente com o que temos, graças às bênçãos de Deus.
Quando ela terminou de falar, uma grande emoção já havia tomado conta de seu
coração. Com lágrimas nos olhos, ela olhou para Alberto bem dentro de seus
olhos, sorriu e estendeu a ele a sua mão. De mãos dadas, os dois trocaram
olhares de profunda adoração. O velho Mathias contente com o resultado da
missão que ele deu aos dois, colocou sua mão sobre as mãos do jovem casal e disse:
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-Em
seus corações vocês encontraram o verdadeiro Patuá. Guardem bem este tesouro
enquanto viverem e jamais o espírito maléfico do descontentamento, terá poder
algum sobre vocês.
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Autor:
José Araújo
11 comentários:
Interesante blog.
É meu amigo querido!
Nunca estamos contentes com o que temos e muitas vezes na busca de mais e mais, acabamos perdendo o pouco que temos, que na verdade é muito, porque foi Deus quem nos deu.
Mais uma vez você me emocionou e me fez refletir sobre o sentimento que pos vezes me incomoda de que apesar de ter tudo de que preciso, ainda falta alguma coisa.
Parabéns como sempre,pois escrito por você, esta reflexão em forma de conto, não poderia ser diferente.
Abração e uma ótima esmana é o que lhe deseja seu amigo, fã e leitor assídio,
Meu querido amiguinho iluminado, quem mais senão você para escrever um conto tão lindo assim? Chorei viu? Quantas vezes tive a chance de aprender com outras pessoas e deixei passar momentos tão especiais sem aprender nada. Só posso mesmo é agradecer pelo privilégio que tenho de ser sua amiga!
Beijos querido!
Amo você!
Meu amigo querido mais uma vez me encontro aqui para compartilha desta leitura maravilhosa
Você sempre emocionando corações.
Isto é muito bom para refletirmos sobre nós mesmo amado querido!
E nos ajuda muitissimo em busca do que nessecitamos
Porque tudo o que se diz aqui no seu Blogger tem um funfamento maravilhoso
E a mais pura realidade!
Então meu anjo querido você esta sempre de parabéns
Olha José Araujo eu amei a leitura viu! Amigo beijo e obrigada por ser meu grande amigo beijo querido
Olá José, você desta vez me deixou com saudades da minha amada terrinha em Minas Gerais. Apesar de não ser mineira, eu amo de coração, ter vivido em Minas e ter convivido com os mineiros que são pessoas maravilhosas. Você descreveu certinho sobre eles.rsrsrs
Quanto ao seu conto O PATUÁ, eu senti que para ser feliz não existe fórmula ou receita. A felicidade é construída através de muito amor, pureza de alma, sabedoria na vivência a dois, boa vontade, etc...
Eloisa e Alberto estavam procurando algo que estavam dentro deles. É que o medo naquele momento de felicidade estava falando mais alto e o impediam de sentir a felicidade.Foi até bom ir atrás da velha experiência de um sábio bondoso que soube compreender os dois,dando -lhes a incumbência de pesquisar a procura da tal felicidade. Que foi encontrada de diversas maneiras. Terminando na mais pura simplicidade e na pobreza de um casal humilde sem ambição financeira. Contentes com a própria vida que levavam, num lugar maravilhoso sem luxo, mas que o amor reinava entre eles.
José está aí meu simples comentário para um tão belo conto.
Obrigada meu amado amigo e irmão de coração.
Beijos.
Marilene Dias.
O que faz a originalidade de seus textos é a luz que emana de cada palavra que você escreve.
É possível passar horas lendo os contos que você já publicou aqui sem sentir o tempo passar.
Seus contos são pura terapia.
Parabéns pelo talento e pela sensibilidade!
Bjs!
Cara! Que loucura!!! O velho fez o os dois andarem pra caramba, só para mostrar a eles que deveriam estar contes com o que tinham e não se preocupar em procurar nada do lado de fora, mas sim do lado de dentro!
Uau! Perfeito como sempre!
É isto que eu amo você cara!
Quer queriam ou não, eu nunca vou tirar você do meu coração e pode escrever José!
Beijão meu querido!
Você é meu escritor favorito e olha que já li muito, mas você é especial!
Quem nos dera todos descobrissem dentro de si o patuá que procuram sem encontrar...
Adorei como sempre José Araújo!
Igual a você, ninguem mais!
Abração e tenha uma boa semana!
Bem bolado!
Não gosto muito de ler, me dá sono, mas seu conto li até o final.
Legal mesmo!
Valeu, por escrever tão bem assim!
Contentamento é uma palavra profunda e complexa e a maioria de nós não conhece seu verdadeiro significado. Não é sem motivos que a cada dia aumentem os casos de disturbios emocionais para aqueles que se ligam demais na tarefa de encontrar o seu talismã.
Você é genial!
Abração!
Meu querido e amado José, saudades muitas! Ah, mas como é bom sentir que estás aqui, que posso te seguir virtualmente, que posso deixar meu carinho e minha sincera amizade. Sabes que sou uma sonhadora? Sim, é preciso realmente sonhar, só nos impulsionará a novas conquistas. Meu amigo do peita, da alma, do coração, te amo muito! Te desejo uma semana muito especial, com todas as melhores energias para que faças tudo aquilo que desejas. Beijos, muitos beijos e abraços meu querido, nunca te esqueço, nunca te esquecere, você faz parte da minha história também!!! :o)
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