Num
lugar distante, do outro lado do mundo, onde a neve, os ventos fortes e
congelantes, associados ao frio cortante marcam seu reinado de forma
penetrante, na mais alta das montanhas do lugar em um mosteiro milenar, um
monge prepara um engradado feito de madeira, com pequenos buracos para
respiração no qual ele vai enviar ao Brasil uma entrega muito especial.
Perto
dele, uma ninhada de cachorrinhos brinca alegremente ao lado de sua mãe que
esta deitada sobre algumas almofadas, preocupada com sua prole. Ao todo, ela
deu a luz a oito cachorrinhos a pouco mais de um mês e o oitavo, mesmo sem
saber, veio ao mundo com uma missão muito especial.
O
monge ao terminar de arrumar o engradado, escreve num papel o endereço de para
onde ele vai e aos cuidados de quem. Cautelosamente ele afixa o mesmo no
engradado, procurando ver se estava bem preso, de forma que não se perca pelo
caminho, assim ele pode ser entregue sem problema algum ao endereçado.
Com
muito carinho, ele pega um dos cãezinhos, deixando que a mãe o cheire pela
ultima vez e o coloca dentro do engradado, trancando-o com um cadeado,
colocando a chave num envelope especial feito de plástico, prendendo-o no
engradado como o fez com o endereçamento.
Lá
fora os ventos não perdoam. Eles parecem querer carregar para longe tudo que se
encontra à sua frente. Um cavalo montado por um mensageiro espera do outro lado
do enorme portão do mosteiro. O monge protege bem o engradado com peles para
que o cãozinho não morra de frio e com muita dificuldade abre a porta,
dirige-se ao portão e o entrega ao mensageiro. Um último olhar para ver se esta
tudo bem com o cãozinho e ele se despede do cavaleiro que aos poucos desaparece
na tempestade de neve.
Assim
começa esta historia emocionante que envolve um homem e um cão, onde a amizade
sincera e verdadeira, o amor incondicional, a fidelidade e uma lealdade sem
limites, muito além da imaginação pelos padrões de comportamento adotados por
nós humanos nos dias de hoje, marcaram a existência de um cachorro muito
especial.
Meses
depois, após ter viajando muito a cavalo, ter viajado de trem centenas de
quilômetros e atravessado oceanos em um navio cargueiro, finalmente, já com três
meses de idade, o cãozinho chega ao porto do Rio de Janeiro. Durante toda a sua
viagem, não houve uma só pessoa, que ao ler a etiqueta de endereçamento presa
no engradado, não estranhasse um cãozinho sendo enviado de tão longe, para mais
longe ainda. Todos que o viam, sempre se preocupavam com seu bem estar,
alimentando-o como podiam e dando a ele água para beber sempre que possível,
assim ele pode chegar bem, são e salvo ao Brasil.
Após
o desembarque no porto, dentro de seu engradado ele foi entregue a uma empresa
de transportes que se encarregaria de entregá-lo ao destinatário. Era uma
sexta-feira, final de tarde e o motorista cansado de tanto trabalhar, acabou
por resolver parar no meio do caminho para tomar uma cerveja e quando ele ia
fazer o retorno para parar numa lanchonete de beira de estrada, o inesperado
aconteceu. Um ônibus em alta velocidade atingiu a traseira da Van que
transportava o cachorrinho e ela rodopiou na pista varias vezes antes de
capotar. No auge do acidente, a porta traseira se abriu e carga se espalhou por
todos os lados e com ela, o engradado que carregava o animalzinho caiu, sendo
arremessado para longe, indo cair no meio do mato ao lado da rodovia. Com o
choque, a tranca que estava presa pelo cadeado se quebrou e ele, meio
atordoado, se viu livre no meio de lugar nenhum.
Assustado,
ele começou a andar, subiu o barranco com dificuldade e chegou até o
acostamento da via, olhou para os dois lados e se assustou com a quantidade de
gente que havia parado para ver o acidente e com a fila de carros causada pelo
congestionamento que havia se formado pelo que aconteceu. O pequenino ficou
petrificado. Ele nunca tinha visto um carro, ou caminhão desde que nasceu. O
que ele iria fazer agora? Para onde ele iria? Tudo que ele conhecia era o homem
que o colocou no engradado e de passagem, todos os outros que de uma forma ou
de outra cuidaram de seu bem estar durante a viagem. Entre gritos e muita
discussão entre os dois motoristas que não morreram por milagre, ninguém notou
que ali, bem ao lado deles havia um lindo cãozinho que tremia sem parar de
tanto medo. Ele estava apavorado, inseguro, sem saber para que lado ir.
Ao
lado da rodovia passava uma estrada de ferro, um trecho de uma das linhas da
Central do Brasil. Em dado momento, ele ouviu o apito de trem que chamou sua
atenção. Sem saber por que, ele seguiu caminhando rapidamente na direção de
onde vinha aquele a som. Não demorou muito ele chegou até a escadaria que
levava a uma estação que ficava nas proximidades. Nisto, já era noite, usando
seu faro ele caminhou escada acima, tentando encontrar algum cheiro conhecido,
mas nada encontrou. Não havia nada na plataforma. Nem uma alma viva estava lá
para perceber sua presença. Triste e cansado, ele resolveu se deitar em cima de
um dos bancos vazios onde os passageiros normalmente esperavam pelo trem. Mais
de meia hora depois, ele já estava cochilando quando foi despertado pelo
barulho do trem que estava chegando à estação. Mais uma vez ele começou a
tremer. Aquele barulho enorme fazia até mesmo com que o banco de madeira onde
ele estava deitado estremecesse. Era tudo tão assustador, tão ameaçado e não
havia nenhum ser humano lá para ajudá-lo. De repente tudo mudou. Aquela coisa
enorme, que soltava fumaça e apitava ferindo seus pequenos ouvidos abriu as
portas e delas, uma multidão de gente começou a desembarcar.
Ele
ficou em estado de alerta. Atento a tudo e a todos que passavam caminhando
apressadamente pelo banco onde ele estava, resolveu pular no chão e seguir
alguém. Instintivamente ele caminhava no meio daquela gente toda cheirando um
por um. Ele, tão pequeno ainda, apenas uma bolinha de pelos, naquela noite
escura e com a pouca iluminação da plataforma, quase não era percebido e os que
se davam conta da presença dele nem ligavam. Caminhavam adiante sem dar a ele a
menor atenção, afinal era apenas mais um cão como qualquer outro, numa cidade
de animais abandonados e sem proteção.
Foi
então que ele parou, sentou sobre suas patas traseiras e ficou apenas observando
um por um. De repente, um par de pernas se deteve em sua frente e uma voz suave
e carinhosa, numa língua que ele não compreendia começou a falar com ele. O
cãozinho olhou para cima e um rosto amigável sorria para ele ao mesmo tempo em
que fazia carinho em sua cabeça. De certa forma aliviado, ele não reagiu.
Somente quando o homem se abaixou para vê-lo melhor ele deu um passo atrás. A
voz daquele humano era tão calorosa e inspirava tanta confiança que ele
resolveu se aproximar um pouco mais. O calor daquelas mãos era tão bom que ele
não resistiu e se deixou ser acariciado. Preocupado com o destino do cãozinho,
o homem o pegou no colo com dificuldade, pois carregava seu guarda-chuva e sua
pasta contendo seu material de trabalho.
Enquanto
ele caminhava em direção à sua casa, o bom homem se perguntava o que um
cãozinho tão lindo como aquele estaria fazendo naquela estação de trem sem o
seu dono. Ele era bonito demais e muito bem cuidado para ser um simples
cachorro abandonado na rua. Alguém certamente o estaria procurando, mas quem?
Onde? Isto certamente ele iria tentar descobrir. Para ele, todos os animais têm
direito a ser bem cuidados como seres vivos que são. Carregado nos braços,
sentindo o calor e as batidas do coração daquele humano, ele se sentiu seguro,
protegido e num dado momento, para externar sua gratidão, ele lambeu o rosto de
seu protetor. O homem sorriu, deixou que ele lambesse mais seu rosto e
alegremente foi falando com ele. Sua voz era algo muito especial. Ela
transmitia ao cãozinho muito carinho, muito amor e respeito. Naquele momento,
ele sentiu bem dentro de seu pequeno coração, que mesmo sem entender uma única
palavra do que o homem dizia, ele iria ficar com ele para todo o sempre. Ele
estava feliz e aquele humano parecia estar também.
Ao
chegar onde o homem morava, ele foi recebido pela esposa que ao ver o cãozinho
em seu colo logo começou a falar alto e pelo que se podia sentir, não era nada
bom. Agitado, o bom homem disse a ela que a permanência do cachorrinho seria só
por uma noite e que pela manhã iria tentar encontrar seu dono para devolvê-lo.
A reação dela foi dizer a ele que se ele quisesse que o pobre animal ficasse
lá, ele deveria colocá-lo no quartinho dos fundos, mas nem pensar em entrar com
ele em casa. Contrariado, mas sem ver outra solução, ele levou o cãozinho até
onde sua esposa havia mandado colocá-lo, arrumou uma caixa de papelão, colocou
dentro dela alguns panos para aquecer e deitou o animalzinho, gesticulando com
a mão para que ele ficasse em silencio. Sua língua, ele não entendia, mas seus
gestos eram universais. Ele já havia visto aqueles mesmos movimentos nas mãos
do monge que ficou no lugar de onde ele veio.
Só,
no escuro daquele quartinho, ele se lembrava vagamente de seus irmãos, de sua
mãe e do lugar onde morava. Era tudo tão diferente. Naquele lugar aonde ele
veio parar, não havia neve, nem vento. Fazia um calor constante e mesmo à noite
era um contraste gritante comparado ao clima de sua terra natal. Após muito
tempo ele adormeceu. Foi difícil pegar no sono porque ele sentia falta de ouvir
aquela voz que o tratava com tanto carinho. Ele sentia falta do calor do corpo
daquele homem e do toque de suas mãos. Seu ultimo pensamento, antes de
adormecer, foi que daria tudo para estar lá, dentro daquela casa onde vivia
aquele homem. Ele queria poder estar ao lado dele para poder sentir-se
protegido e que aquele humano se preocupava com ele.
O
sol já havia raiado quando ele acordou ouvindo vozes e quem estava falando, o
fazia com um tom que não agradou aos seus ouvidos e ele ficou atento, ouvindo,
procurando reconhecer no meio daquilo tudo aquela voz que tanto o acalmou. Uma
pancada se fez ouvir. Era uma porta que havia sido fechada com força quando a
mulher entrou em casa falando em voz alta que ele se virar e que dar um sumiço
no animal. Ele não compreendeu o que ela disse, mas sentiu e aquilo lhe fez um
mal enorme ao seu pequeno coração que começou a bater mais depressa. Era o medo
e aquele sentimento ele já conhecia bem.
Ocorreu
que o homem veio até o quartinho, abriu a porta devagar, olhou para ele e com o
largo sorriso, cheio de bondade, disse a ele naquela mesma voz pela qual ele se
apaixonou que iria trazer algo para ele comer gesticulando com as mãos. Ele
compreendeu e começou a abanar seu rabinho alegremente. O homem disse que ele
era um bom garoto e saiu. Quando ele voltou, trouxe uma vasilha com leite,
alguns pedaços de pão que depositou na frente dele e passou a observá-lo
comendo alegremente. Enquanto ele se alimentava, parava de vez em quando,
olhava para o homem e abanava o rabo todo satisfeito. O homem emocionado,
apenas sorria. O pequenino sabia que nunca mais iria esquecer aquele sorriso.
Nele estava a representação de tudo que ele mais precisava agora.
O
homem era professor de artes plásticas e dava aulas no centro do Rio de
Janeiro. Todos os dias ele pegava o trem no mesmo horário pela manhã para ir
trabalhar e sempre chegava no mesmo horário à tarde. Morar no subúrbio não era
nada fácil, mas ele tinha quatro filhos e a esposa para cuidar. Não havia
alternativa, a vida inteira ele trabalhou duro para sustentar a família e
agora, mesmo já estando na faixa dos cinquenta, ele continuava a sua luta do
dia a dia pelo ganha pão. Na verdade, a resistência de sua esposa em aceitar o
cãozinho foi porque eles tinham uma cadelinha que viveu com eles muitos anos,
mas ela ficou doente e morreu há pouco tempo atrás. Todos a adoravam e a esposa
do professor que ficava em casa a maior parte do tempo era quem mais gostava da
cachorrinha. Foi um choque e ela prometeu que nunca mais iriam ter outro cão.
As
crianças, ou pelo menos eram chamadas assim, apesar de estarem todas criadas e
cursando a faculdade, sempre diziam que a casa estava muito triste desde que
Dérlica, a cachorrinha se foi.
O
professor esperou o cachorrinho terminar de comer, fez sinal a ele para que
ficasse quietinho, saiu e fechou a porta atrás de si. Inconformado, ele se
levantou, foi até a porta que tinha uma fresta na madeira e ficou olhando o
homem se distanciando até que saiu pelo portão e se foi. Triste, ele voltou
para o lugar onde dormiu e se deitou. Foram horas intermináveis até que alguém
aparecesse. O barulho da maçaneta sendo girada chamou sua atenção. Quando ela
se abriu, ele não pode acreditar. Em vez de um sorriso amistoso, havia quatro!
Todas aquelas pessoas falavam animadamente com ele e mesmo sem compreender, ele
sentiu e entendeu. Logo depois uma voz pareceu estar chamando por eles em tom
reprovador. De repente eles se foram e ele mais uma vez ficou só.
Os
filhos do casal ficaram apaixonados pelo cãozinho e todos juntos foram até a
mãe deles pedir que deixasse o bichinho ficar. A resposta foi não. Tristes,
eles esperaram ansiosamente o pai chegar do trabalho e mal ele entrou em casa
eles o abordaram fazendo todos os tipos de carinhos nele pedindo a ele que
falasse com a mãe deles sobre o assunto. Eles queriam muito poder ficar com
ele. Desde a morte de Dérlica a cadelinha, a casa ficou triste demais. Eles
queriam que a alegria voltasse a viver naquela casa. O professor disse aos
filhos que iria tentar, mas não poderia garantir nada se a mãe deles não
quisesse. A ansiedade se instalou em seus corações. O cãozinho ainda não
compreendia as palavras ditas por eles, mas ele as sentia e de alguma forma ele
sabia o que estava acontecendo.
Enquanto
sua esposa estava fazendo compras no supermercado, o professor foi até o
quartinho, limpou as sujeiras feitas pelo cãozinho, o alimentou o melhor que
pode, deu a ele uma vasilha de água e sorrindo como sempre, ele se foi. Quando
ela chegou, ele pediu a ela que reconsiderasse sua decisão sobre o cachorrinho
e ela foi taxativa, dizendo que não. Ele suplicou a ela para que pelo menos o
deixasse ficar no quartinho até ele encontrar alguém que o quisesse adotar.
Relutante, mas não querendo ser ditadora, ainda relutante ela concordou.
Passaram-se dois dias e apesar dos esforços do professor, ninguém com quem ele
conversou se habilitou a ficar com ele.
No
terceiro dia, a esposa do professor estava lavando a louça na cozinha e pela
janela ela o viu brincando com o cãozinho no quintal. Ele parecia uma criança.
Deitava e rolava no chão com o bichinho e o cãozinho fazia de tudo para agradá-lo.
Aos poucos, vendo aquela cena de alegria e descontração depois de tantos meses
de tristeza no coração daquela família, ela se perguntou se aquele animalzinho
não havia sido enviado a eles para trazer de volta a alegria que perderam
quando Dérlica se foi.
Observando
aqueles momentos repletos de alegria e descontração, ela não percebeu que sua
filha mais velha estava ao seu lado assistindo tudo e com os olhos cheios de
lágrimas. Quando ela percebeu, as duas se olharam, se abraçaram e deixaram as
lagrimas de emoção fluir livremente de seus olhos. Mãe e filha choravam ao ver
os dois brincando juntos como duas crianças e os dois se divertiam como nunca
em suas vidas com uma bolinha de borracha que tinha sido da cadelinha que
morreu. Eles sem dúvida nenhuma estavam unidos por um sentimento muito forte e
este sentimento, não se restringia somente aos dois, ele se alastrava por toda
a família como não poderia deixar de ser.
O
telefone da cozinha tocou. A esposa do professor atendeu e era uma pessoa que
tinha sido informada de que eles estavam doando um cãozinho. Com o telefone
encostado ao ouvido, olhando aqueles dois meninos brincando na grama do quintal
dos fundos, ela disse que sentia muito mesmo, mas o cãozinho já havia sido dado
a alguém.
Para
quem até então não tinha nome, naquele mesmo dia em meio a muita bagunça e
alegria entre todos da família, mas principalmente no coração do professor,
depois de terem sido colocados em votação vários nomes, ele ganhou por
unanimidade o nome de Bob e daquele dia em diante, definitivamente Bob nasceu
no seio daquela família que o acolheu de coração.
Com
o passar do tempo, Bob foi crescendo, aprendendo a língua estranha que eles
falavam e aos poucos ele já entendia tudo que todos diziam e ele estava feliz.
Ele estava ao lado daquele homem que o encontrou na estação e que ele escolheu
para ser seu amigo até o fim de seus dias. Que mais ele poderia querer? Bob
trouxe de volta a vida ao seio daquela família. Ele passou a ser parte de suas
vidas como Dérlica a cachorrinha um dia o foi. Mas ele era diferente e o tempo
iria se encarregar de provar isto a todos.
Bob
aprendeu a atender aos chamados da dona da casa, aos pedidos das crianças que
não mais eram crianças, mas principalmente, aprendeu os horários em que seu
melhor amigo saia para trabalhar e também a que horas ele voltava para casa. Um
dia, ele viu quando o professor saiu para o trabalho fechando o portão de
madeira atrás de si. Inconformado, Bob cavou com as patas um buraco por debaixo
da cerca e fugiu atrás de seu dono. Ele precisava saber aonde ele ia todos os
dias. Quando o trem chegou à estação e o professor estava prestes a embarcar,
Bob apareceu. Naquele momento, atrasado para o trabalho, ele tentou fazer Bob
voltar para casa sozinho, mas foi em vão. Ele ficou parado no lugar onde estava
olhando nos olhos de seu melhor amigo. Emocionado, o professor resolveu levá-lo
para casa e ao chegar lá, disse a ele que ficasse lá a sua espera, pois no
final da tarde ele estaria de volta. Bob não demonstrou, mas entendeu.
No
final do dia, quando o trem chegou à estação, da janela o professor pode ver
Bob sentado sobre as patas traseiras em cima de um dos bancos de espera e ele
estava em posição de alerta. Ele soube naquele instante que aquele cachorro que
ninguém nunca soube de onde tinha vindo e que surgiu como milagre em sua vida o
estava esperando e sorriu. Ao descer as escadas do vagão onde estava e
percebendo que Bob o havia visto, ele o chamou, Bob pulou do banco onde estava
e foi correndo ao seu encontro. Foi um encontro emocionante. O professor o
abraçou e o beijou chamando-o de amigão. Uma cena tocante e incomum que trouxe
lágrimas aos olhos de muitos passageiros mais sensíveis que presenciaram o
carinho que havia entre os dois.
O
tempo passou, Bob foi crescendo mais e mais, os filhos do professor se
formaram, foram se casando e formando suas próprias famílias e ele acompanhou
de perto tudo que aconteceu ao longo dos anos. Nas festas, Bob estava sempre
presente e era a atenção de todos os convidados. Ele era educado, não fazia
nada que não devesse fazer e quase nunca latia. Quando se manifestava, era com
abanos de rabo, com lambidas amorosas e com olhares e gestos que todos
compreendiam. Bob não parecia um cão. Ele parecia mais um anjo que tinha vindo
do céu para cuidar de todos, mas principalmente do professor.
Todos
os dias, ano após ano, Bob ia com o professor até a estação, esperava que ele
tomasse o trem e depois voltava para casa. Todos na redondeza o conheciam e
admiravam o carinho e amor que ele tinha pelo professor. Quase sempre ele
ganhava de alguém um presente pelo caminho. Era um pedaço de carne, uma linguiça,
um pão ou até mesmo comida. As pessoas passaram a amar Bob pelo que ele era e
pelo que ele representava na vida do professor. Quando o trem chegava ao final
da tarde, era sempre a mesma alegria no encontro dos dois. Era como se eles não
se vissem há longo tempo e assim, com o calor da amizade, do amor, do carinho e
absoluta devoção que havia entre eles, os anos foram se passando, os dois
envelhecendo, os netos do professor chegaram e a vida seguiu seu rumo como
tinha que ser. Nas horas de folga em finais de semana, os dois corriam pelos
parques da redondeza, pelos campos de futebol onde a garotada jogava as peladas
todos os dias. A alegria e a vontade de viver sempre fizeram parte da vida dos
dois e ela se irradiava, envolvendo a todos os outros componentes da família e
de todos os amigos e conhecidos.
Ao
longo dos anos Bob nunca falhou em ir receber o professor na estação, mas num
certo dia, quando o trem parou e ele foi desembarcar, procurou seu amigo
ansiosamente com os olhos, mas foi em vão. Bob não apareceu. O professor
perguntou a todos que conhecia se haviam visto seu cão, mas a resposta de todos
foi não. Preocupado, ele se apressou para chegar em casa para saber o que tinha
acontecido. Chegando lá ele procurou Bob pela casa toda. Perguntou à esposa se
sabia do paradeiro do cão, mas ela disse que não. Bob nunca foi de latir, mas
de repente, o professor ouviu seu latido vindo dos fundos da casa e com o
coração batendo a mil por hora ele correu em sua direção.
Quando
chegou perto do quartinho onde Bob ficava quando surgiu em suas vidas, ele
percebeu que a porta estava bloqueada com uma infinidade de sacos de cimento
que foram entregues naquela tarde e que por descuido dos entregadores não
permitiram a saída de Bob de sua prisão. Quando ele conseguiu liberar a porta,
Bob pulou em cima dele e o cobriu de lambidas. Quase era possível ouvir as
batidas do coração dele de tanta excitação. Bob e o professor eram amigos, mas
amigos de verdade e que fariam de tudo para estar ao lado um do outro.
Os
anos se passam e certa manhã, quando o professor ia sair para trabalhar, Bob
teve uma reação inesperada. Ele se colocou no caminho entre o professor e o
portão que dava saída para a rua e começou a latir. Latir nunca foi sua
especialidade, mas naquele dia além de latir ele dava voltas em torno de seu
corpo na frente do professor, como se quisesse dizer a ele que não deveria ir.
Ele compreendeu o que Bob queria dizer, mas disse a ele que estava atrasado e
não poderia faltar ao serviço, principalmente naquele dia, pois era dia de
prova de seus alunos. Bob não se conformou. Ao saírem para a rua como sempre o
faziam em direção à estação, ele tentou fazer seu amigo parar e voltar para
casa, mas não conseguiu. Ao chegarem à estação, o trem já estava para partir, o
professor correu para subir no vagão e Bob muito nervoso e agitado latiu mais
uma vez, como se suplicasse que ele não fosse. Os dois se olharam, o professor
sorriu e aquele foi para Bob o mesmo sorriso que ele recebeu dele no dia em que
o encontrou e seu coração bateu acelerado quando o trem partiu.
No
final da tarde, quando Bob voltou à estação no mesmo horário de sempre para
esperar pelo professor, o trem chegou, mas ele não desembarcou. Bob esperou o
próximo trem, o próximo e até o ultimo, mas ele não chegou. Triste, com o a
rabo entre as pernas, ele caminhou lentamente de volta para casa e quando lá
chegou, não havia ninguém. Cansado de esperar e com fome, Bob deitou-se em
frente à porta da sala e lá ele adormeceu.
No
dia seguinte pela manha, um carro parou em frente à casa do professor e os
filhos dele vieram ao encontro de Bob. Feliz por vê-los de novo ele se levantou
abanando o rabo, mas ao invés de sorrisos, havia lágrimas escorrendo naqueles
rostos onde ele sempre tinha visto sorrisos de alegria e felicidade. Ele não
entendia o que estava acontecendo, mas sabia que algo estava errado, mas fosse
o que fosse, teria que ficar para depois, pois quando chegasse o final da
tarde, ele estaria fielmente sentado no banco de madeira da estação à espera da
volta de seu maior amigo.
O
dia se passou, pessoas vestidas de preto entravam e saiam da casa do professor.
O movimento e agitação era tão grande que se esqueceram de dar a ele o que
comer e beber. Bob não estava preocupado com isto. Tudo que ele queria era
estar com seu amigo. O portão estava trancado na hora costumeira de Bob sair
para ir à estação. Desesperado por não ter ninguém mais em casa para soltá-lo
ele não viu alternativa. Com o passar do tempo muitas coisas mudaram, o muro
era alto com um portão de ferro e com pontas de lança em cima dele e se Bob
tentasse pular e errasse o pulo, talvez fosse seu fim. Ele já sabia disto, pois
tinha visto um ladrão ficar preso lá quando estava tentando fugir ao invadir a
casa pela madrugada. Risco? Quem na vida não corre riscos? Porque ele deveria
pensar primeiro nele e depois em seu amigo? Decidido, Bob caminhou até o fundo
do quintal. De lá, ele calculou a velocidade e altura do pulo para chegar ao
lado de fora e começou a correr. A velocidade foi aumentando a cada pisada que
ele dava no chão, até que em determinado momento, Bob deu um impulso para cima
e para frente e o enorme cão voou por cima do muro, como num filme rodado em
slow motion, com sua barriga passando a milímetros das pontas de lança.
O
pouso do outro lado não poderia ter sido melhor. Ele caiu em cima de um monte
de areia que o professor tinha mandado descarregar em frente ao muro para
começar uma reforma nos fundos. Bob mal aterrissou e já disparou a toda
velocidade em direção à estação. Estava quase na hora do trem chegar e ele não
poderia desapontar seu amigo. Ele não via a hora de ver novamente aquele
sorriso que tanto amava. Lamber aquele rosto para ele sempre foi o maior premio
de sua vida. O trem tinha acabado de parar na estação quando Bob chegou. Com as
orelhas em pé, sentado sobre as patas traseiras no mesmo banco de sempre, ele
esperou, mas seu amigo não chegou.
Somente
quando o ultimo trem passou foi que ele voltou para casa. Ao chegar lá o portão
estava aberto. Ele entrou, foi até a porta, tentou abri-la na esperança de seu
amigo estar lá, latiu, mas não houve resposta. No dia seguinte, a esposa do
professor parecia muito triste e os filhos dele já não mais estavam lá. Um
homem esquisito apareceu, apontando para todos os lados da casa, como se ela
fosse dele e Bob não gostou do que sentiu. Uma semana se passou, todos os dias
ele ia até a estação esperar seu amigo, mas ele nunca mais voltou. Bob nunca
compreendeu, mas nunca iria desistir de rever aquele homem que ele amava tanto.
Num
domingo, um caminhão encostou em frente à casa onde moravam e muitos homens
começaram a retirar as coisas de dentro dela e foi então que ele compreendeu.
Iriam embora dali sem o seu amigo! Isto ele não iria deixar acontecer! Como um
raio, Bob saiu correndo pelo portão que estava aberto e foi direto para a
estação. Quando lá chegou foi recebido pelo rapaz que vendia pipocas que
perguntou a ele o que estava fazendo por lá. Ele ouviu, mas não compreendeu.
Era muito cedo ainda, mas ele iria ficar lá até a hora de seu amigo chegar. Ir
embora com a esposa dele, não era aquilo que coração dizia a ele para fazer e
lá ele ficou, até o ultimo trem passar. De novo ele não chegou, mas Bob não
iria desistir. Um dia ele iria voltar e mesmo que isto levasse uma vida
inteira, ele iria esperar seu amigo.
Todos
os dias, infalivelmente, no mesmo horário, Bob chegava à estação e só ia embora
quando passava o ultimo trem. A estas alturas ele dormia embaixo de viadutos
para se proteger do frio ou da chuva, mas com alimentação ele nunca teve
problemas. Pessoas que conheciam a ele e ao professor, emocionadas faziam
questão de alimentá-lo e cuidar para que não faltasse nada para comer. Ninguém
compreendia aquela atitude dele. Como um cão poderia ser tão fiel e devotado a
ponto de esperar tanto tempo pela volta de seu dono que já havia morrido há
quase dez anos atrás.
Certo
dia, a esposa do professor voltou ao bairro para matar as saudades. Dez anos
tinham se passado desde a morte do professor que teve um ataque repentino de
coração e faleceu em sala de aula. Foi por esta razão que ele não voltou, mas
Bob não sabia disto e para a surpresa dela, quando passou em frente à estação,
lá estava ele. Velho, pelos grisalhos, olhos cansados, mas sentado sobre as
patas traseiras no mesmo banco de sempre à espera de seu amigo.
Ela
não se conteve. Com lágrimas correndo livremente em seu rosto, ela aproximou-se
de Bob, acariciou sua cabeça, ele voltou-se para ela por alguns segundos e
novamente olhou na direção de onde viria o trem. Com voz embargada, ele disse a
ele que também sentia muita falta do professor e compreendia muito bem a dor da
separação. Abraçada a Bob, ela pediu a ele permissão para esperar ao lado dele
pelo próximo trem. Ele se virou para ela, como se compreendesse o que ela havia
dito, lambeu seu rosto e lado a lado eles ficaram lá à espera do trem.
Passou
o primeiro trem, o segundo e como sempre, o ultimo trem passou e o professor
não chegou. Bob parecia cansado, exausto e ela também. Ele se levantou e
caminhando devagar ele se foi sem olhar para trás. Ela compreendeu e seguiu seu
caminho. Ao chegar à casa de seus filhos, soube que durante todos os anos que
se passaram, Bob não havia falhado um só dia em estar presente à chegada do trem
na estação e que só ia embora para o seu canto quanto o ultimo trem passava. Os
netos do professor já estavam grandinhos e todos eles amavam ouvir as estórias
sobre Bob e seu avô. Para eles Bob era um exemplo de lealdade, de fidelidade e
de amigo.
Mais
alguns meses se passaram, até que numa noite de muita chuva no Rio de Janeiro,
Bob, mais cansado do que nunca em sua vida, dirigiu-se mais uma vez para a
estação. Ele sabia de alguma forma que seu amigo jamais o deixaria. Que um dia
ele voltaria para ele e quando isto acontecesse, seria o dia mais feliz de sua
vida desde que ele se foi. Aqueles pensamentos deram forças a ele para chegar
até o banco na estação e com muita dificuldade, ele conseguiu subir nele e lá
ele ficou. Chegou o primeiro trem, mais outro e mais outro, o tempo só estava
ficando pior e a chuva estava cada vez mais forte, ventava muito, mas Bob não
iria sair de lá até o ultimo trem chegar.
O
ultimo trem chegou. Poucos passageiros desceram. Já era de madrugada e com
aquele tempo ruim poucos se arriscavam a andar pelas ruas naquelas condições. O
professor mais uma vez não chegou. Naquele dia ele não se levantou para ir
embora como fazia todos aos dias ao longo dos anos. Seu corpo estava pesado.
Ele não tinha forças para se levantar. Um sono enorme foi tomando conta de Bob
e ele mal conseguia manter seus olhos abertos. Aos poucos, ele foi cedendo
àquele sono que o estava dominando e foi cerrando lentamente seus olhos. Mesmo
antes que eles estivessem totalmente fechados, tudo foi escurecendo à sua
volta. Ele se lembrou de quando era pequeno, quando o professor o colocou no
quartinho dos fundos por ordem de sua esposa e do medo que tinha de ficar só.
Lembrou-se da alegria que sentia quando pela manhã seu amigo abria a porta e
com um sorriso lindo estampado no rosto fazia com todo seu medo e insegurança
se dissipassem como mágica.
Finalmente
tudo ficou escuro. Bob não abriu mais os olhos. Aos poucos, uma luz infinita
foi surgindo ao longe no meio de toda aquela escuridão. Ela foi se aproximando
e iluminando tudo à volta dele e de dentro dela, uma voz se fez ouvir.
"Bob! Voltei amigão!” Bob abriu os olhos, mas ele não estava acreditando
no que ouviu. Tentando enxergar melhor o que havia no meio daquela luz intensa
que brilhava à sua frente, Bob reconheceu o professor. Com aquele mesmo sorriso
de sempre, com a mesma voz suave e carinhosa ele havia dito a ele que tinha
voltado! Bob não sentia mais cansaço. Não sentia eu corpo pesado. Ele se
levantou com a mesma agilidade e vitalidade que tinha quando era jovem e correu
em direção à luz onde encontrou finalmente seu amigo.
Os
dois se abraçaram como nunca, Bob lambeu o rosto de seu amigo como sempre o
fez, com amor, com carinho. Ele recebeu muitos afagos, muitas palavras de amor
e amizade. Bob pulava de alegria e o professor sorria observando feliz o seu
melhor amigo. Ainda era noite para todas as outras pessoas e animais na cidade,
mas para eles não. O sol brilhava nos céus do Rio de Janeiro a primavera havia
transformado a cidade num jardim multicolorido sem igual. Despreocupados, os
dois saíram correndo pelas praças e pelos parques da cidade, exatamente como
faziam antes do professor partir. Agora eles estavam vivendo no paraíso. O que
importava para os dois é que eles estavam alegres, livres, leves e soltos, mas
o mais importante de tudo e o que Bob sempre desejou do mais fundo de seu
coração, eles estavam juntos de novo e, desta vez, para sempre...
Às
vezes, vale à pena esperar...
Autor:
José Araújo
7 comentários:
Maninho querido, que linda historia de amor verdadeiro. Como é fiel, sem pedir nada em troca o amor de um animalzinho por seu dono. Os humanos deveriam espelhar-se nessas criaturinhas que sem noção de tempo, estão sempre felizes pela sua volta, mesmo sem saber quanto tempo isso demorou pra acontecer. Por dez anos Bob esperou sem falhar um dia, até que seu dono veio busca-lo para ficarem juntos. Só mesmo essa sua imaginação privilegiada para um desfecho não emocionante. Irracionais somos nós que tantos obstáculos criamos e nem percebemos que a felicidade está nas coisas mais simples, num gesto de carinho, num sorriso, num afago. Só você vai me entender ... esperar? Para mim não valeu a pena, não tive a sorte o Bob.
Bjkas querido, amo vc incondicionalmente
Dizem que o amor mais fiel que existe é de um cão pelo seu dono, pois ele não enxerga os defeitos do ser humano. E nunca o abamdoma por nada. A fidelidade é incondisional.
Muito lindo o amor do professr pelo cão e vice versa.Ambos precisavam de carinho.
Sabe, o ser humano deveria ser assim, mas ser humano já significa que não é perfeito.Temos falhas demais.
O mais triste foi a espera do cãozinho que jamais desistiu do seu amigo, chegando a sentir que ele estava em perigo. Fazendo tudo para evitar o seu último embarque no trem.
Eu tenho um casal comigo de taça diferente, mas já me demonstraram as suas sensibilidade em relação a nós e é maravilhoso poder contar com eles sempre.
Bob veio de encomenda para o provessor. Nada é por acaso!
Um abraço José e muitas saudades!
Beijos da amiga de sempre.
José, amigo e escritor querido, mais uma vez você conseguiu, através de tão emocionante história de amor, tocar fundo em minha alma, fazendo brotar lágrimas de meus olhos...Lágrimas de emoção...Lágrimas de amor...
Como é lindo podermos sentir tão fortes emoções! O amor toca nossos corações, despertando sentimentos adormecidos no corre-corre da vida.
Foi muito bom ler essa história onde o amor impera e fazer-me perceber que o amor é capaz de superar obstáculos intransponíveis.
Obrigada, José, por me proporcionar esse momento de encontro comigo mesma através de tão emocionante leitura.
Parabéns, amigo!!!
Jose Araujo é muito emocionante esta historia porque os animais não tem noção de nada e eles são muito amorosos, como a Nadja diz os humanos deveriam se espelhar nos animauzinhos com certeza, porque o amor deles são verdadeiros e sem interese nenhum.
E eu concordo com a Nadja nós colocamos obstáculos e criamos obstáculos em tudo sem perceber que a felicidade está nas coisas mais simples da vida, num gesto de carinho, num sorriso num afago.
Isto é queda prazer, da uma sensação de bem estar, ter amor no coração com sinceridade e verdade.
Se todos os ser humanos agisem com tato, se tivessem sensibilidade de lidar com seu proximo, o mundo seria bem melhor.
Tem muitas coisas neste mundo que da até repugnância, em geral as pessoas pensam mais em si proprio, não ligam para a dificuldade do proximo, e nem precisam fazer muito basta apenas um gesto para menimizar a dificuldade do proximo.
Jose Araujo eu tenho dois cachorros é um macho e uma femea, eles são como filhos para mim, visto que eu não tenho filho, mais eu trato eles como filho, me preocupo muito com o bem estar deles rsrs você precisa de ver a festa que eles fazem quando eu chego rsrs
Jose Araujo você precisava senti a emoçao que eu sinto quando chego aqui no seu blog, me sinto tão feliz de poder esta participando do seu conto, pode demorar o tempo que for mais jamais deixarei de vim aqui.
Obrigada amigo por me proporcionar tanta alegria.
E me desculpa por eu copiar uma boa parte do comentario da Nadja kkkkk
Mas, eu copiei porque uma boa parte das palavras dela são as minhas também.
Jose Araujo: Eu prefiro ter um amigo sincero do que ter milhares de amigos, todos meus amigos podem me deixar se quizer, mais eu jamais quero te perder!!!
Eu nunca te vi, não te conheço, mais o meu coração não quer te deixar.
Jose Araujo te amo de coração ♥ com todo respeito e carinho.
Deus que conceda todos os desejos do teu coração ♥
Nunca se esqueça você é muito especial para mim beijoooo
Felicidadeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
Pois é, José...
Enqto houver sentimento sufuciente pra se contar estórias, creio que haverá emoção igualmente suficiente pra se lê-las e,assim, tentar (ainda!) crer num... mundo melhor, não??!!
Bj na alma
Numa língua que todos percebemos e que alguns nos dão a entender... Amor em qualquer língua.
Recomendo «Nero», conto de Miguel Torga cujo personagem, da mesma espécie, tanto se assemelha ao nosso «dever-ser».
Um abraço emocionado,
Domingos.
Muito linda essa história. Gostei da foto do cachorro. Quem me dera ter um igual.
Você é um ótimo escritor, escreve maravilhosamente bem.
já estou seguindo seu blog.
Depois da uma passadinha no meu blog e leia meus textos, é bom ter a opinião de um profissional.
http://tocadocogumelo.blogspot.com/
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