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domingo, 4 de janeiro de 2015



QUANTO VOCÊ ACHA QUE GANHA UM ESCRITOR NACIONAL?  RIOS DE DINHEIRO?

Se você pensa assim, vamos ver se continuará mantendo a mesma opinião após ler esta matéria.

Ok! Você ama escrever, tem talento, disciplina e até mesmo uma editora querendo publicar seu original, mas aí vem a pergunta que não quer calar:

Afinal, quanto eu vou ganhar com isso?

Bem, vamos ao assunto e os relatos e observações que se seguem são os casos mais comuns, a partir da minha experiência como autor independente, que já publicou em editoras convencionais e hoje, é optante pela autopublicação, mas na verdade, as editoras estão livres para outras negociações, cada uma age à sua maneira, não há um padrão obrigatório a ser seguido por todas, mas uma coisa é certa:

Quem ganha menos na publicação pelo método convencional é o “Pai da criança.”, ou seja, o escritor e se não tiver outra ocupação que possa garantir-lhe o sustento, não consegue sobreviver.

Vamos entender claramente quanto ganha um escritor com o uso do método convencional de publicação:

Critério:

Na maioria dos casos é percentual de direito autoral do escritor sobre sua obra, costuma ser entre 8% e 10% do preço de capa do exemplar vendido, mas o mais praticado no mercado editorial é 8%.

Entenda, se um livro esta à venda na livraria por R$30,00, se aplicarmos o percentual mínimo de 8% sobre este preço, teríamos R$2,40 (dois reais e quarenta centavos) de direito autoral para repasse ao autor quando da prestação de contas ou seja, para que um escritor pudesse ganhar razoavelmente exercendo unicamente esta profissão, teria que vender alguns milhares de livros por mês.

E sinceramente, sendo mesmo muito sincero, no Brasil os livros que vendem, são aqueles que chegam do exterior e principalmente, aqueles que aqui chegam com divulgação em massa pela mídia como sendo um Best Seller New York Times.

Portanto, ser escritor no Brasil, é ser um profissional das letras que faz o que faz por amor, por determinação de fazer aquilo que mais gosta na vida, não como uma fonte de renda para sobrevivência ou progresso financeiro.

Vendagem:

Cada livraria fecha de um jeito e em uma data.

As editoras sérias e idôneas, normalmente disponibilizam as planilhas de contabilidade para os autores uma vez a cada semestre, outras menos responsáveis quando cobradas das planilhas de vendas, que alegam aos autores que as livrarias só prestam contas anualmente, ou não prestaram ainda as contas do período anterior para ganhar tempo e fazem os acertos uma vez por ano e, é claro, como nada é um padrão no universo editorial nacional, há casos em que os autores não recebem prestação de contas e não raramente, acabam por não receber nem mesmo um centavo sobre seus irrisórios 8% de direito autoral sobre o preço de capa dos livros que foram vendidos.

Vale lembrar ainda, que quase sempre, nesta jogada está também o Distribuidor, aquele que se encarrega de distribuir os livros para as grandes livrarias e que muitas vezes é apontado como culpado pelas editoras, pelo atraso ou não prestação de contas.

Tempo de repasse:

Não é uma regra seguida por todas, mas na maioria das vezes, as editoras adiantam uma quantia a combinar para o autor, antes das vendas e vão descontando desta quantia os livros vendidos.

O autor só torna a receber quando e se ultrapassar aquela quantia já recebida em direitos autorais. Algumas editoras muito pequenas e sem fluxo de caixa para isso, pagam o autor nas suas datas de fechamento, normalmente de 3 em 3 meses, mas pode chegar até a 1 ano.

Tiragem:

As edições sempre tem uma quantidade de exemplares determinada e isto é sempre colocado muito claramente e muitas vezes,  consta até mesmo do seu contrato.

Você fica sabendo exatamente quantos exemplares rodaram em gráfica, quantos foram para imprensa, quantos foram para livraria, etc. Isto tudo é feito de forma muito transparente e às vezes o editor pede para você assinar junto com ele os exemplares de cortesia do editor (jornalistas, etc), contudo, o que você irá receber da tiragem impressa, só saberá quando a editora fizer os acertos do que foi vendido, antes, ficara apenas na expectativa e isto pode levar de seis meses a um ano para acontecer.

Autopublicação, distribuição e venda de livros:

Já se tornou clichê nos meios literários dizer que o trabalho do escritor não é fácil. Uma tarefa completamente solitária e que exige toda a força de vontade de alguém seguramente não é para qualquer um. Seria bonito dizer que a profissão de escritor exige um amor incomensurável pelas letras, pelas palavras, pela linguagem e pela atividade de contar histórias, mas a verdade é que a escritura de artigos, ensaios, poemas e romances é mais do que uma relação de amor com a escrita.

A ideia de se tornar um escritor implica num caso de obsessão com o ato de escrever. E ninguém que não seja obcecado por contar histórias ou estórias consegue se manter nesse trabalho por muito tempo.

O ofício do escritor é um balaio de problemáticas que precisam ser resolvidas uma a uma. Primeiro se tem uma ideia, aquela ideia que teima em não sair da cabeça e que vai se esparramando, criando tentáculos, até se tornar um universo ou o recorte de um universo quer funciona de acordo com os desígnios de seu criador, o escritor.

Mas brincar de Deus não é uma tarefa fácil.

A ideia deve ser trabalhada e retrabalhada, os parágrafos precisam ser trocados de lugar, as frases, cortadas e reescritas, até que o mundo criado pelo escritor faça sentido em si mesmo e comece a caminhar sozinho. Em entrevistas, quando perguntados sobre quando sabem que um projeto realmente chegará a algum lugar, quase todos os escritores dão a mesma resposta: eles passam a ter certeza de que uma ideia se transformará em um livro no momento em que seus personagens passam a ter vozes próprias, que fazem exigências e dão conselhos e quando a cópia do mundo, a mimese, criada pelo autor inicia o processo de funcionar sozinha, ditando suas próprias regras. Quando esse jogo começa, o escritor se vê num redemoinho criativo e o projeto do livro engata.

Mas essa não é a última fase.

Depois de tudo pronto, haverá a prova de fogo da literatura:

Convencer o departamento de avaliação de originais de alguma editora de que vale a pena publicar aquele livro.

Livros são como filhos para aqueles que os escreveram. E ver seu bebê rejeitado pelas editoras não é uma experiência fácil.

Na maior parte das vezes, as editoras rejeitam originais pelo simples fato de eles serem ruins: autores que vieram dos contos não conseguem escrever de acordo com a estrutura de um romance; autores sem experiência prévia enviam histórias coalhadas de erros básicos; autores acreditam que alguém realmente vai querer ler mais de quinhentas páginas de uma história que não é interessante ou, de alguma forma, profunda.

Outras vezes, o problema é que escritores novatos enviam seus manuscritos para as editoras erradas, cujos padrões de publicação não se coadunam com o tipo de história que o autor narra em seu livro.

Alguns originais não interessam porque não oferecem possibilidades comerciais e outros pecam por abusar dos clichês que estão na moda no momento.

A lista de motivos para que um escritor não tenha seu livro publicado não tem fim.

Mas os autores não se dão por vencidos e, com a internet e a popularização de leitores digitais, como o Kindle, o iPad e outros que permitem a leitura dos e-books em Pcs, Tablets e Smartfones a qualquer hora e em qualquer lugar, contam com uma nova arma, já conhecida há décadas no exterior,  para lutar na guerra do mercado editorial e fazer com que seus livros cheguem até os leitores e finalmente o “ Pai da criança” o escritor, possa receber de acordo ou seja, bem melhor do que no processo publicação em editoras convencionais, e esta arma, com uma extensa gama de recursos, é a autopublicação e não só autores os autores iniciantes estão aderindo a esta nova modalidade de publicação, grandes autores já fazem parte deste novo universo editorial paralelo, em fase de franca expansão e que certamente irá se popularizar a cada dia mais e mais entre os escritores devido aos resultados positivos.

Um exemplo do poder da autopublicação, foi o americano Hugh Howey que queria vender cinco mil exemplares de seus livros ao longo da vida. Ele se dedicaria à literatura por 10 anos até que começasse a contabilizar o resultado. A meta acabou se revelando modesta.

Nos dois primeiros anos, foram cerca de 4 mil exemplares. E então publicou Wool, o primeiro da série digital Silo. "Vendi mil cópias num mês, 3 mil no seguinte, 10 mil no terceiro mês", disse durante sua passagem pela Bienal do Livro de São Paulo.

Ele administra bem a expectativa.

"Faço isso dizendo a mim mesmo que amanhã nunca será como hoje. Mas publico há três anos, e só melhora", brinca o autor de ficção científica cuja estreia foi por uma editora pequena.

No entanto, ele logo percebeu que seria mais feliz cuidando das edições do começo ao fim.

Howey rasgou o contrato do segundo livro e partiu para a autopublicação, e credita o sucesso a dois fatores: o boca a boca e a produção intensa.

"Não tem propaganda melhor do que fazer o próximo livro, e o seguinte, e mais um. E com a autopublicação posso disponibilizar o livro uma semana após ter terminado o trabalho e não esperar um ano para sair por uma editora tradicional. Não quero que o leitor tenha de esperar."

Logo, os direitos foram vendidos para o cinema e os agentes literários apareceram, querendo negociar a sua obra, disponível em e-book na Amazon - ele publica pela KDP, plataforma da gigante americana e para impressão sob demanda.

A Intrínseca foi a primeira editora a comprar os direitos de Silo - hoje, o livro está em 32 países e contabiliza cerca de 2,5 milhões de exemplares vendidos em e-book e papel.

O exemplo de Howey não é o único e é cada dia mais comum ver autores independentes chamando a atenção das editoras. Alguns se rendem mediante um bom adiantamento. Outros fazem contratos híbridos: ficam com os direitos digitais e vendem os do livro físico.

Aqui, a moda também está começando a pegar. FML Pepper, dentista de Niterói, que também participou da Bienal, tem dois e-books pela KDP - Não Pare, Não Olhe (nessa segunda, o 17.º e-book mais vendido da Amazon), vai lançar Não Fuja e acaba de vender os direitos para a Valentina, que os lançará em papel em 2015. Sua história é curiosa: rejeitada por editoras, ela foi aprender nos EUA.

"Todos os casos de sucesso na autopublicação vinham de lá e queria me tornar um deles. Fui a conferências, estudei, corri atrás", conta. "Um bom sinal de que a autopublicação está funcionando é que entre os top 100 da Amazon sempre há alguns da KDP", comenta Alex Szapiro, diretor da empresa.

Além dela, há várias outras no Brasil com diferentes características, mas após ter testado várias concorrentes em âmbito nacional, eu, José Araújo, optei pela Perse-Publique-se e há 2 anos parei definitivamente de publicar meus livros através do processo convencional e rendi-me aos encantos e resultados positivos da autopublicação disponibilizando através deste método todos os meus títulos nas versões impressa e digital.  

Hoje eu ganho para escrever, para fazer o que mais amo na vida, não muito, mas ganho e antes, eu literalmente pagava para escrever.

Bem, começamos esta matéria questionando quanto ganha um escritor no Brasil, exemplificamos claramente o quanto um escritor pode ganhar publicando e vendendo seus livros pelo método convencional e, finalmente, chegamos à autopublicação, hoje uma grande realidade, que permite ao escritor publicar sem custos as suas obras e vende-las da forma que quiser, quando e onde quiser, com ou sem o uso de distribuidores, mas certamente, com ganhos reais por ter sido o responsável pela geração de seus “Filhos”, suas "Crias", o que normalmente não ocorre com a publicação pelo método convencional.

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Por José Araújo
Janeiro de 2015